"Levo como mágoa os ataques de natureza moral", diz Temer

“Eu tive uma vida muito enaltecida e, apesar de tudo, muito discreta. Portanto, quando vêm os ataques de natureza moral, isso me chateia. É a única coisa que me aborrece”, completou.

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
Publicada em 21 de dezembro de 2018 às 10:06

O presidente Michel Temer disse ontem (20) que as únicas coisas que o aborreceram no período em que esteve à frente da Presidência da República foram “os ataques de natureza moral”. Em uma pequena cerimônia de confraternização com os servidores do Palácio do Planalto, Temer reafirmou que sempre levou uma vida “muito correta”.

“Não foi fácil [as reformas que fizemos]. Primeiro, por uma oposição legítima, política e feroz, pesada. Mas isso não me assustou, porque aprendemos a viver na democracia. Mas, de outro lado, eu levo como uma mágoa os ataques de natureza moral. Eu tive uma vida na universidade, na profissão, uma vida pública muito exata, muito correta”, disse o presidente.

“Eu tive uma vida muito enaltecida e, apesar de tudo, muito discreta. Portanto, quando vêm os ataques de natureza moral, isso me chateia. É a única coisa que me aborrece”, completou.

Ao longo de 2017, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Temer por duas vezes: envolvimento nos desvios de recursos da Petrobras e obstrução de Justiça. A Câmara dos Deputados não autorizou a investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A terceira denúncia foi apresentada ontem (19), a menos de 15 dias do fim de seu mandato presidencial.

Temer foi denunciado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro com base no inquérito que investiga o suposto favorecimento à empresa Rodrimar S/A na edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado em maio do ano passado. Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que o presidente "irá provar nos autos sua inocência."

Confraternização

O presidente se encontrou com os servidores da Presidência no Salão Nobre do Palácio do Planalto. “Toda vez que vocês encontrarem uma dificuldade, vocês têm que vitalizar-se. A dificuldade não pode impedi-los de prosseguir. Quando me dizem que eu estou bem, eu digo: deve ser os problemas que eu tive ao longo do tempo. Porque isso nos leva ao enfrentamento”, acrescentou.

Após o discurso, no qual exaltou o trabalho de todos, Temer tirou fotos com vários servidores e recebeu os cumprimentos. Ao final, subiu a rampa que dá acesso ao terceiro andar, onde fica sua sala, sem falar com a imprensa.

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