Lula deve convocar o povo a assumir seu lugar na história

O país tem uma elite golpista até a medula, subordinada ao imperialismo desde sempre

Fonte: Paulo Moreira Leite - Publicada em 17 de fevereiro de 2025 às 13:09

Lula deve convocar o povo a assumir seu lugar na história

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita às obras do Parque da Cidade, espaço que sediará a programação da COP30. Parque da Cidade, Belém-PA. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Quando o governo Lula chega à metade do terceiro mandato presidencial, é hora de reconhecer a gravidade da situação que o país enfrentará nas próximas semanas, quem sabe meses, que irão decidir os rumos do país num delicadíssimo período de nossa História.

Nenhuma das dificuldades que o país enfrenta desde o retorno de Lula ao Planalto para o terceiro mandato, ao final de uma campanha memorável e inédita encerrada com a vitória de 2022, é novidade na evolução política do país.

O país tem uma elite golpista até a medula, subordinada ao imperialismo desde sempre, como se viu de uma vez por todas no golpe de 64, quando preferiu abandonar qualquer projeto de desenvolvimento autônomo, com apoio popular, para cair nos braços de Washington.

Embora as condições sejam muito diferentes, meio século mais tarde, nos aspectos fundamentais a história se repete, como farsa e tragédia ao mesmo tempo.

Há 60 anos, consumou-se um golpe de Estado sem resistência dos poderes constituídos, com a democracia em fuga e os representantes do povo no exílio e na clandestinidade, enquanto o país era submetido ao entreguismo econômico e à violência política que modificaram nosso destino para sempre.

Sabemos o que houve: o desmonte de um projeto de desenvolvimento autônomo, ainda que integrado às grandes correntes da economia mundial; a perseguição política implacável e criminosa contra partidos progressistas e organizações populares, num país redesenhado pela lâmina de baionetas e a covardia da tortura.

Mesmo assim, desmentindo entreguistas e aproveitadores de sempre, num processo delicado de resistência que levou décadas para consumar-se, a sociedade brasileira foi capaz de reconstruir sua independência política e sua riqueza econômica, fatores que permitiram a derrota do regime de 64 e a instalação de governos progressistas como a História nunca vira antes, em qualquer tempo.

Este é o desafio que o país enfrenta neste momento. Reconduzido à presidência da República para um inédito terceiro mandato, que ninguém tinha o direito de imaginar como um passeio de carruagem, cabe a Lula assumir seu lugar à frente da República e convidar o povo a impedir o desmonte de um regime democrático erguido em séculos de História.

Alguma dúvida?

Paulo Moreira Leite

Colunista e comentarista na TV 247

1242 artigos

Lula deve convocar o povo a assumir seu lugar na história

O país tem uma elite golpista até a medula, subordinada ao imperialismo desde sempre

Paulo Moreira Leite
Publicada em 17 de fevereiro de 2025 às 13:09
Lula deve convocar o povo a assumir seu lugar na história

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita às obras do Parque da Cidade, espaço que sediará a programação da COP30. Parque da Cidade, Belém-PA. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Quando o governo Lula chega à metade do terceiro mandato presidencial, é hora de reconhecer a gravidade da situação que o país enfrentará nas próximas semanas, quem sabe meses, que irão decidir os rumos do país num delicadíssimo período de nossa História.

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Nenhuma das dificuldades que o país enfrenta desde o retorno de Lula ao Planalto para o terceiro mandato, ao final de uma campanha memorável e inédita encerrada com a vitória de 2022, é novidade na evolução política do país.

O país tem uma elite golpista até a medula, subordinada ao imperialismo desde sempre, como se viu de uma vez por todas no golpe de 64, quando preferiu abandonar qualquer projeto de desenvolvimento autônomo, com apoio popular, para cair nos braços de Washington.

Embora as condições sejam muito diferentes, meio século mais tarde, nos aspectos fundamentais a história se repete, como farsa e tragédia ao mesmo tempo.

Há 60 anos, consumou-se um golpe de Estado sem resistência dos poderes constituídos, com a democracia em fuga e os representantes do povo no exílio e na clandestinidade, enquanto o país era submetido ao entreguismo econômico e à violência política que modificaram nosso destino para sempre.

Sabemos o que houve: o desmonte de um projeto de desenvolvimento autônomo, ainda que integrado às grandes correntes da economia mundial; a perseguição política implacável e criminosa contra partidos progressistas e organizações populares, num país redesenhado pela lâmina de baionetas e a covardia da tortura.

Mesmo assim, desmentindo entreguistas e aproveitadores de sempre, num processo delicado de resistência que levou décadas para consumar-se, a sociedade brasileira foi capaz de reconstruir sua independência política e sua riqueza econômica, fatores que permitiram a derrota do regime de 64 e a instalação de governos progressistas como a História nunca vira antes, em qualquer tempo.

Este é o desafio que o país enfrenta neste momento. Reconduzido à presidência da República para um inédito terceiro mandato, que ninguém tinha o direito de imaginar como um passeio de carruagem, cabe a Lula assumir seu lugar à frente da República e convidar o povo a impedir o desmonte de um regime democrático erguido em séculos de História.

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Paulo Moreira Leite

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Comentários

  • 1
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    sebastian 18/02/2025

    KKKKKKK, convocar quem mesmo?

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