Se você acha que Lula é vitima da elite, de setores da mídia e do capital internacional, é um direito seu. Se você acha que Lula seria incapaz de montar um sofisticado esquema de corrupção para dilapidar os cofres da Petrobras, também é um direito seu. Se você acha, ainda, que Lula continua sendo aquele homem pobre, que saiu do interior de Pernambuco para São Paulo, viajando em um pau de arara, é um direito seu. Agora, o que você não pode, até por uma questão de respeito, é chamar de idiotas, os que pensam diferente de você. A isso se chama livre arbítrio. Já olhou para os dedos das mãos? Percebeu alguma diferença entre eles? Ou você é do tipo que não consegue envergar o óbvio?

Eu não acredito na inocência do Lula. E ponto final. Nem eu, nem milhões de brasileiros, espalhados pelo país e pelo mundo. Nem por isso me considero abestado. Talvez você não queira aceitar, mas Lula foi condenado como ladrão do Erário. Não por um juiz de segunda instância do interior de Paraná, mas por um colegiado. E, o que é pior, pela segunda vez. E, pior, ainda, por três a zero. Seus dias de liberdade estão contados. Especialistas calculam que, no máximo, em quarenta dias, ele estará dividindo o mesmo espaço com o ex-deputado federal Eduardo Cunha, dentre outros delinquentes.

Ao contrário do que você imagina, não sai às ruas para festejar a condenação de Lula, nem pulei de alegria quando o desembarcador Victor Laus anunciou seu voto, selando, assim, o destino do ex-presidente. Pelo contrário, fiquei envergonhado de vê a imagem do Brasil sendo arrastada para a cloaca pelo cidadão que se elegeu com a missão de salvaguardá-lo, não roubando e não deixando roubar, mas que preferiu aliar-se a escroques da política nacional e a empresários corruptos para surrupiar o dinheiro público.

Lula perdeu a oportunidade de torna-se grande aos olhos de seus concidadãos e do mundo. Foi-se o líder sindical que lutou contra o arbítrio, o presidente cujo governo abriu as portas das universidades para os pobres, que levou luz para o campo. Em vez disso, Lula carregará no pescoço a placa de condenado e, na biografia, o nome de presidiário.