Maia critica nota do general Heleno e diz que 'ameaça não é o caminho'

"Não pode ter ameaça ou agressão, porque isso fragiliza a relação com as instituições”, afirmou o presidente da Câmara

Agência Câmara de Notícias/Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Publicada em 23 de maio de 2020 às 12:45
Maia critica nota do general Heleno e diz que 'ameaça não é o caminho'

Maia lembrou que não houve críticas à divulgação de conversas privadas do governo Dilma

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou a nota divulgada nesta sexta-feira (22) pelo ministro-chefe do Gabinete da Segurança Institucional, General Augusto Heleno. Na nota, o ministro disse que “haverá 'consequências imprevisíveis para a estabilidade institucional” se o celular do presidente Jair Bolsonaro for apreendido.

A nota de Heleno se referia ao fato de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, ter encaminhado à Procuradoria-Geral da República para que se manifestasse sobre o pedido de apreensão do telefone. Maia concedeu entrevista à Rede Record no fim da tarde desta sexta-feira (22).

“Ameaça é muito ruim, não é esse o caminho”, destacou Maia. Para Rodrigo Maia, o ministro do Supremo não se excedeu ao encaminhar o pedido à PGR para dar opinião sobre a entrega do aparelho. Segundo ele, uma conversa entre o Ministério da Justiça e Celso de Mello poderia ser melhor do que uma ameaça por nota ao STF.

“Isso só afasta o STF do governo e cria mais instabilidade no momento de hoje”, ponderou o presidente da Câmara.

Na avaliação de Rodrigo Maia, esse tipo de agressão sinaliza de forma negativa para os investidores no País. Para Maia, o Brasil vive um momento muito difícil e todos devem se unir para tratar do mais importante que é salvar vidas em razão da pandemia da Covid-19.

“Essas agressões que confrontam, que agridem, como o general Heleno fez no início do ano acusando o Parlamento de charlatanismo, a cada vez, o que sinaliza no exterior é que não se pode investir no Brasil”, destacou o presidente.

Vídeo da reunião ministerial

Maia foi questionado sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal de divulgar a reunião presidencial do dia 22 de abril. O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro acusa o presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal e diz que essa reunião, gravada, seria prova dessa tentativa de interferência. Para Maia, todas as investigações são feitas com transparência.

“Não vi ninguém do nosso campo, e me coloco nesse campo, criticando a decisão [de divulgar a conversa entre o ex-presidente Lula e a então presidente Dilma]. Foi uma decisão muito polêmica, mas o grande problema é que todo conflito no Parlamento vai para PGR, vai ao STF, para que eles decidam o que deveria ter sido decidido pela política. A política é muito culpada pelo que estamos passando, e a transparência não é diferente do que foi feito nos governadores anteriores”, disse Rodrigo Maia.

Em relação à divulgação de uma reunião que seria reservada, Maia lembrou que o encontro era gravado e, portanto, todos os ministros deveriam tomar cuidado e respeitar as liturgias.

“É uma regra que vem acontecendo na sociedade brasileira, com transparência em relação aos atos dos Poderes. Sempre respeito a posição do STF, pode-se criticar a decisão do ministro Celso de Mello, mas ela precisa ser feita com respeito, não pode ter ameaça ou agressão, porque isso fragiliza a relação com as instituições”, ponderou Maia.

Comentários

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    Chico Bento 26/05/2020

    Este cara Rodrigo Maia, sabemos que não é santo, mas o general se esquece que foi eleito em um regime que não pode jamais tolerar ameaças assim. Centenas morreram lutando para que um dia pudêssemos escolher os representantes pelo voto. Infelizmente atitudes de hostilidades se verifica todo dia sem que sequer percebemos. Brasil: pobre povo que luta a 500 anos tentando ser uma nação.

  • 2
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    Negro 25/05/2020

    Esse bandido do Rodrigo Maia "Vulgo Botafogo" seu pseudônimo nome na relação de pagamentos de propinas da empresa Odebrecht é o maior câncer e maior inimigo do povo brasileiro. Juntamente com o presidente do senado Davi Alcolumbre, tramam nos porões do congresso formas de continuarem roubando e saqueando o país. No futuro será preso juntamente com seus pares bandidos que roubaram os cofres do país e acabaram com a esperanças do povão trabalhador do nosso imenso Brasil. Sua hora vai chegar!

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