Mais um sinal de propina: presentes da Arábia Saudita a outros governantes não custam milhões
Não há na lista nada que se aproxime do valor do pacote diamantífero que Bolsonaro quis tanto reaver da Receita Federal
Mais um escândalo envolvendo Michelle surge (Foto: ABR)
O cientista político Marcelo Zero fez uma pesquisa e constatou que a Arábia Saudita e outras ditaduras do Golfo Pérsico costumam dar presentes a governantes estrangeiros avaliados em milhares de dólares, nunca em milhões, como o pacote retido pela Receita Federal e supostamente destinado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, avaliado em três milhões de euros, ou R$ 16,5 milhões.
A discrepância reforça as suspeitas de que o presente era, na verdade, propina.
Donald Trump, por exemplo, segundo documentos oficiais americanos, ganhou do rei saudita um pingente com esmeraldas avaliado em US$ 6.400 (cerca de R$ 32 mil). Do príncipe dos Emirados Árabes, Trump ganhou uma estatueta de bronze avaliada em US$ 3.700 (cerca de 18 mil), e uma outra escultura avaliada em US$ 470 (cerca de R$ 2.500).
O protocolo da Presidência americana registra uma série de outros presentes dados por governantes da região, quase todos na casa dos mil dólares. Estes presentes foram devidamente registrados por Trump conforme a legislação dos Estados Unidos.
Não há na lista nada que se aproxime do valor do pacote diamantífero que Bolsonaro quis tanto reaver da Receita Federal.
Tereza Cruvinel
Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.
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