Marketeira de campanha do Lula e criadora do 'Não é Não' fala sobre WhatsApp para vencer as eleições

Luiza Borges explicou sobre como a criação de grupos com eleitores favoreceu a vitória presidencial mesmo diante da alta popularidade de Jair Bolsonaro

Fonte: Assessoria/Inove/Foto: Luiza Borges - Publicada em 08 de maio de 2024 às 14:41

Marketeira de campanha do Lula e criadora do 'Não é Não' fala sobre WhatsApp para vencer as eleições

A especialista em mobilização digital e construção de comunidades, Luiza Borges, que participou da campanha do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2022, e uma das criadoras do projeto “Não é Não”, revelou como foi possível combater fake news e criar comunidades engajadoras que impactaram no resultado da disputa presidencial mesmo diante da alta popularidade de Jair Bolsonaro. 

Os candidatos possuem diversas ferramentas para colocar em prática a campanha eleitoral e atrair o público. O tráfego pago é uma das mais comuns, tendo em vista a alta relevância das redes sociais na atualidade, e é caracterizado por impulsionar anúncios no google e nas mídias para que uma publicação atinja mais pessoas por meio do algoritmo. Mas uma outra opção foi apresentada por Luiza em 2022, baseada no uso do WhatsApp para atrair o eleitorado. A mobilização Evangélicos com Lula, coordenada por meio de três frentes, possibilitou combater notícias falsas e criar engajamento. 

“A Mobilização Evangélicos com Lula foi responsável por combater fake news. mas também foi além. Nós tínhamos 3 frentes. Primeiramente organizamos contatos com várias campanhas no Brasil que mantinham diálogos com evangélicos por meio de deputados federais, possibilitando uma rede terceirizada”, esclarece Luiza. A especialista ainda explica sobre a segunda forma de trabalho, em que um WhatsApp receptivo foi criado para que pessoas com dúvidas pudessem entrar em contato. No total, cinco pessoas atendiam as demandas, entre elas, pastores progressistas, que colaboravam para esclarecer notícias falsas e receber denúncias.  

No terceiro modelo colocado em prática, a equipe da campanha criou cerca de 100 grupos com até 200 pessoas para propor debates. “Havia um processo de acolhimento e identificação. Por meio dos grupos, nós vimos denúncias de igrejas perseguindo fiéis porque não eram aliados ao interesse deles, empresas e patrões querendo pegar o título de eleitor de empregados para não votarem no Lula, e homens querendo impedir mulheres de votar”. 

Um estudo da CNN comparou o ativo social de Lula e Jair Bolsonaro nas redes sociais entre o dia 1º de janeiro e 10 de março de 2024. O ex-presidente detinha 70% do total de volume de seguidores, e ganhou mais 245 mil durante o período, enquanto o atual presidente perdeu aproximadamente 38 mil. Quando questionada sobre como a vitória nas eleições foi possível, mesmo com a diferença de popularidade nas mídias, que estaria a favor de Bolsonaro, a especialista em marketing político justificou que, “O contato direto com o eleitor é essencial. Com a criação dos grupos em aplicativos como o WhatsApp e Telegram, é possível estabelecer relacionamentos, enquanto as redes sociais estão atreladas aos algoritmos, tendo em vista que uma publicação no Instagram, por exemplo, é recebida por apenas 20% ou 30% da rede”, pontua. 

O valor é outro fator que favorece o uso de grupos no WhatsApp, segundo a especialista, “O custo com tráfego pago pode ser alto para atingir todos os públicos desejados, enquanto no WhatsApp, é possível captar contatos nas redes sociais, ou até mesmo do candidato e de pessoas da equipe. Em cidades pequenas pode ser mais vantajoso financeiramente tentar alcançar os eleitores por meio de grupos”. 

Além da participação nas eleições, Borges é uma das fundadoras do coletivo Não é Não, fundado com o objetivo de prevenir o assédio. “Tudo começou em 2017 com um grupo de amigas, quando uma delas foi assediada em um samba no Rio de Janeiro, e então veio essa ideia de que estamos mais vulneráveis no carnaval, período em que festejamos na rua. Tivemos a ideia de criar uma rede de apoio e a tatuagem é um jeito de conectar essas mulheres”, relata.

No início, 4 mil tatuagens adesivas com a frase foram distribuídas no estado. Já no último ano, 16 estados foram contemplados com a mobilização de R$ 1 milhão para a iniciativa que além da tatuagem, inclui também treinamentos. Mas não ficou restrito ao carnaval, em 2023, um Projeto de Lei foi sancionado e criou o protocolo “Não é Não”, que busca combater a violência contra mulheres em locais com venda de bebidas alcoólicas. Com isso, os estabelecimentos precisam adotar uma série de medidas para acolher a vítima e preservar a integridade das mulheres. 

Compol

Luiza Borges vai participar do Compol, Congresso de Comunicação Política e Institucional, no Espaço Villa Rica, em Londrina, no Paraná, dia 22 de maio. Durante o evento, a marketeira vai abordar os cases de sucesso e palestrar sobre como viabilizar a mobilização digital para cidades pequenas, alternativas de eventos para captar contatos e criação de relações com potenciais eleitorais.

Marketeira de campanha do Lula e criadora do 'Não é Não' fala sobre WhatsApp para vencer as eleições

Luiza Borges explicou sobre como a criação de grupos com eleitores favoreceu a vitória presidencial mesmo diante da alta popularidade de Jair Bolsonaro

Assessoria/Inove/Foto: Luiza Borges
Publicada em 08 de maio de 2024 às 14:41
Marketeira de campanha do Lula e criadora do 'Não é Não' fala sobre WhatsApp para vencer as eleições

A especialista em mobilização digital e construção de comunidades, Luiza Borges, que participou da campanha do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2022, e uma das criadoras do projeto “Não é Não”, revelou como foi possível combater fake news e criar comunidades engajadoras que impactaram no resultado da disputa presidencial mesmo diante da alta popularidade de Jair Bolsonaro. 

Os candidatos possuem diversas ferramentas para colocar em prática a campanha eleitoral e atrair o público. O tráfego pago é uma das mais comuns, tendo em vista a alta relevância das redes sociais na atualidade, e é caracterizado por impulsionar anúncios no google e nas mídias para que uma publicação atinja mais pessoas por meio do algoritmo. Mas uma outra opção foi apresentada por Luiza em 2022, baseada no uso do WhatsApp para atrair o eleitorado. A mobilização Evangélicos com Lula, coordenada por meio de três frentes, possibilitou combater notícias falsas e criar engajamento. 

“A Mobilização Evangélicos com Lula foi responsável por combater fake news. mas também foi além. Nós tínhamos 3 frentes. Primeiramente organizamos contatos com várias campanhas no Brasil que mantinham diálogos com evangélicos por meio de deputados federais, possibilitando uma rede terceirizada”, esclarece Luiza. A especialista ainda explica sobre a segunda forma de trabalho, em que um WhatsApp receptivo foi criado para que pessoas com dúvidas pudessem entrar em contato. No total, cinco pessoas atendiam as demandas, entre elas, pastores progressistas, que colaboravam para esclarecer notícias falsas e receber denúncias.  

No terceiro modelo colocado em prática, a equipe da campanha criou cerca de 100 grupos com até 200 pessoas para propor debates. “Havia um processo de acolhimento e identificação. Por meio dos grupos, nós vimos denúncias de igrejas perseguindo fiéis porque não eram aliados ao interesse deles, empresas e patrões querendo pegar o título de eleitor de empregados para não votarem no Lula, e homens querendo impedir mulheres de votar”. 

Um estudo da CNN comparou o ativo social de Lula e Jair Bolsonaro nas redes sociais entre o dia 1º de janeiro e 10 de março de 2024. O ex-presidente detinha 70% do total de volume de seguidores, e ganhou mais 245 mil durante o período, enquanto o atual presidente perdeu aproximadamente 38 mil. Quando questionada sobre como a vitória nas eleições foi possível, mesmo com a diferença de popularidade nas mídias, que estaria a favor de Bolsonaro, a especialista em marketing político justificou que, “O contato direto com o eleitor é essencial. Com a criação dos grupos em aplicativos como o WhatsApp e Telegram, é possível estabelecer relacionamentos, enquanto as redes sociais estão atreladas aos algoritmos, tendo em vista que uma publicação no Instagram, por exemplo, é recebida por apenas 20% ou 30% da rede”, pontua. 

O valor é outro fator que favorece o uso de grupos no WhatsApp, segundo a especialista, “O custo com tráfego pago pode ser alto para atingir todos os públicos desejados, enquanto no WhatsApp, é possível captar contatos nas redes sociais, ou até mesmo do candidato e de pessoas da equipe. Em cidades pequenas pode ser mais vantajoso financeiramente tentar alcançar os eleitores por meio de grupos”. 

Além da participação nas eleições, Borges é uma das fundadoras do coletivo Não é Não, fundado com o objetivo de prevenir o assédio. “Tudo começou em 2017 com um grupo de amigas, quando uma delas foi assediada em um samba no Rio de Janeiro, e então veio essa ideia de que estamos mais vulneráveis no carnaval, período em que festejamos na rua. Tivemos a ideia de criar uma rede de apoio e a tatuagem é um jeito de conectar essas mulheres”, relata.

No início, 4 mil tatuagens adesivas com a frase foram distribuídas no estado. Já no último ano, 16 estados foram contemplados com a mobilização de R$ 1 milhão para a iniciativa que além da tatuagem, inclui também treinamentos. Mas não ficou restrito ao carnaval, em 2023, um Projeto de Lei foi sancionado e criou o protocolo “Não é Não”, que busca combater a violência contra mulheres em locais com venda de bebidas alcoólicas. Com isso, os estabelecimentos precisam adotar uma série de medidas para acolher a vítima e preservar a integridade das mulheres. 

Compol

Luiza Borges vai participar do Compol, Congresso de Comunicação Política e Institucional, no Espaço Villa Rica, em Londrina, no Paraná, dia 22 de maio. Durante o evento, a marketeira vai abordar os cases de sucesso e palestrar sobre como viabilizar a mobilização digital para cidades pequenas, alternativas de eventos para captar contatos e criação de relações com potenciais eleitorais.

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