Maurão visita áreas que seriam destinadas a desabrigados e diz que vai buscar soluções junto ao Governo
Para deputado, Estado adquiriu terras sem critério e demora no atendimento aos afetados com a cheia em 2014 é injustificável.
O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (MDB), aproveitou o feriado da Semana Santa para visitar áreas que foram adquiridas pelo Governo, com a finalidade de assentar as milhares de famílias que foram afetadas com a cheia do rio Madeira, em 2014.
Acompanhado do pastor Rosan Barbosa e de João Pantoja, que representam as famílias atingidas, Maurão percorreu trechos da BR 319, sentido Humaitá (AM), onde foram adquiridos terrenos para que os desabrigados fossem assentados.
"Fui informado de que as aquisições das áreas, embora os representantes das famílias tenham indicado outros locais, foram feitas sem nenhum critério por parte do Governo. Aqui, vimos terrenos adquiridos que ficam em regiões de brejo, que não servem nem para moradia e muito menos para a agropecuária, que não é o caso, mas levanta dúvidas sobre os processos de compra", destacou Maurão.
Rosan e Pantoja apresentaram documentos protocolados junto ao Governo ainda em 2014, apontando áreas viáveis para aquisições. "Mas, estranhamente, o Governo adquiriu outros locais, que não servem nem para projetos habitacionais e nem para uma agrovila, por exemplo. É preciso uma força política para buscar uma solução, pois as famílias aguardam, até agora, uma definição sobre onde irão ficar", observou Rosan.
Terra Prometida
Uma dessas áreas adquiridas pelo Governo fica cerca de cinco quilômetros depois da ponte sobre o rio Madeira, sentido Humaitá. Batizado de Terra Prometida, o local abriga cerca de 300 famílias, morando em barracos de madeira improvisados. Mas, os cerca de 700 terrenos, divididos pelos próprios moradores, estão todos ocupados.
No Terra Prometida, residem famílias que foram atingidas pela cheia histórica, além de outras que se declaram de baixa renda e não possuem imóvel e nem condições de pagar aluguel. Parte da área fica nos fundos de um igarapé e muitas famílias precisam atravessar em uma pinguela para chegar aos terrenos.
"Pela demora e pela falta de ações governamentais, isso aqui foi se criando. Faz cerca de um ano e meio que estamos aqui, ocupando toda essa área. Nós mesmos quem cuidamos de tudo: abrimos as ruas e vamos ajudando um ao outro", explicou o pastor Joaquim Marques, que preside a associação de moradores.
O sonho dele e das demais famílias é que haja uma definição de moradias, de forma legalizada e com infraestrutura condizente. "Uma alternativa seria a prefeitura e o Governo destinarem os royalties dessas novas seis turbinas que deverão entrar em operação na Usina de Santo Antônio, para obras de infraestrutura aqui. É uma ideia, mas que podemos buscar construir", relatou Maurão.
O deputado percorreu a área e pode constatar o sofrimento de quem está tentando se fixar no local. "Muita lama, muito atoleiro, muita água e nada de condições dignas. Foi apenas comprado o terreno, que aqui passa de 50 hectares, e nada, além, disso", completou.
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