Mauro Cid coloca Bolsonaro no 8/1
"Cid contou à Polícia Federal que quando perdeu o segundo turno, o então presidente iniciou as tratativas para anular a vitória de Lula", analisa Solnik
Bolsonaro e terroristas invadindo o Congresso Nacional (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | George Marques/via REUTERS)
As revelações do repórter Aguirre Talento, do UOL, a respeito da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, permitem reconstituir a linha do tempo da conspiração de 8/1.
O tenente-coronel Mauro Cid contou à Polícia Federal que, a partir de 30 de outubro de 2022, quando perdeu o segundo turno das eleições, o então presidente iniciou as tratativas para anular a vitória de Lula e tomar o poder.
E ele, Mauro Cid, testemunhou todos os encontros em que tentou viabilizar a abolição da democracia.
Uma minuta, que lhe foi apresentada, em mãos, pelo assessor Filipe Martins (aquele do gesto supremacista no Senado) previa a anulação das eleições e prisão de adversários, dentre os quais, embora não citado explicitamente, a do presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Ficamos sabendo, então, que outras minutas, além daquela encontrada no escritório de Anderson Torres, estava na mesa.
A minuta de Filipe Martins foi discutida com os chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O almirante Almir Garnier concordou. Fica evidente que os chefes do Exército e da Marinha, embora tivessem rejeitado a proposta criminosa, que poderia redundar em guerra civil, não denunciaram a intenção presidencial de promover um golpe de estado.
Dá para entender, agora, que o acampamento na frente do QG de Brasília, e outros, em outras cidades, foram uma tentativa de Bolsonaro pressionar as Forças Armadas a embarcar na insurreição.
No dia 9 de dezembro de 2022, já ciente de que não teria apoio militar para permanecer no poder, Bolsonaro tentou a última cartada: convocou seus apoiadores para um comício no Palácio da Alvorada, no qual afirmou que “o povo decide para onde irão as Forças Armadas” e instou-os a “fazer a coisa certa”.
Três dias depois aconteceu o quebra-quebra em Brasília, com ônibus queimado e sede da Polícia Federal invadida.
Quinze dias depois, no dia 24 de dezembro, uma bomba colocada num caminhão de combustível iria explodir no aeroporto de Brasília.
E, finalmente, quase um mês depois do comício do dia 9 de dezembro, uma horda bolsonarista invadiu e depredou os três principais símbolos do estado democrático de direito: o Congresso Nacional, a sede do STF e o palácio presidencial.
Na expectativa de cumprir o prognóstico de Bolsonaro:
"Vocês vão dizer para onde vão as Forças Armadas”.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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