'Me cutuque ou me chute. Estou fazendo m...'
Casos semelhantes podem ser vistos em outros representantes políticos rondonienses, como o senador Marcos Rogério, que votou contra a aprovação do Bolsa Família de R$ 600 para famílias pobres
O universo da política é, muitas vezes, um campo minado de decisões que parecem ignorar os interesses do público que supostamente deveriam representar. Recentemente, o deputado estadual Ismael Crispin (sem partido), da Assembleia Legislativa de Rondônia, tornou-se o epicentro de uma discussão acalorada ao propor um projeto de lei que ia na contramão das políticas inclusivas, especificamente em relação à contratação de pessoas com deficiência.
Mas, qual seria a real motivação por trás de propostas que, em um primeiro olhar, parecem destoar tanto do senso comum e da ética pública? Crispin justificou a proposição da lei dizendo que estava atendendo a "anseios do empresariado", que aparentemente enfrenta dificuldades para preencher cotas de empregos para pessoas com deficiência devido à falta de qualificação.
Também chamou bastante atenção a justificativa dada para a retirada do projeto. A desculpa soa mais como um mecanismo de autopreservação política do que como um ato genuíno de escuta social. É difícil imaginar qualquer político querendo carregar o fardo de ter lutado contra a inclusão de pessoas com deficiência.
Este cenário não é único ao deputado Crispin. Casos semelhantes podem ser vistos em outros representantes políticos rondonienses, como o senador Marcos Rogério, que votou contra a aprovação do Bolsa Família de R$ 600 para famílias pobres. Ações como essas fazem qualquer cidadão questionar: quem estes sujeitos representam ?
Em um cenário onde a inclusão social é pauta urgente, é alarmante ver iniciativas parlamentares indo na contramão desse movimento.
O deputado Ismael Crispin, ao enfrentar uma onda de críticas, decidiu retirar o polêmico projeto de lei, justificando sua decisão alegando que estava ouvindo as "vozes da sociedade". Em suas palavras: "Meu mandato é sempre assim, voltado a ouvir a sociedade".
A alegação de que o empresariado não consegue preencher cotas por falta de pessoas qualificadas entre os beneficiados é frágil. A responsabilidade de um parlamentar é trabalhar por soluções inclusivas.
Em última análise, políticos são eleitos para representar os interesses do povo. Atentar contra instrumentos de inclusão não apenas contradiz esse propósito, mas também revela uma desconexão alarmante entre eleitos e eleitores. Em tempos de crescente conscientização social e política, é crucial que os representantes do povo reflitam e internalizem um simples lembrete.
Sempre é hora de reconsiderar escolhas e refletir sobre o real objetivo de seus mandatos. Quem sabe até incluir na equipe um assessor cuja função seria a de agir prontamente quando o assessorado dissesse: "Não me deixe fazer essa coisa. Me cutuque ou me chute. Estou fazendo m..."
*É jornalista há 35 anos e editor do Tudorondonia e do Rondoniajuridico
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Comentários
Nossa representação política cada vez piora mais, estes ditos representantes do povo pensam apenas em ideologias difusas, compromissos pessoais inconfessáveis, e agradar segmentos retrógrados da sociedade, muito triste tudo isto caro editor!
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