Meu professor de História

Os professores de Redação, de Literatura, de Geografia, Filosofia e Sociologia também vão seguir o mestre de História. Fascistas? Não! Todos são humanistas e apaixonados pelo Brasil. Jamais esquecerei os meus amados mestres.

Professor Nazareno*
Publicada em 13 de outubro de 2018 às 11:23
Meu professor de História

Meu professor de História é uma daquelas pessoas inesquecíveis que deixam marcas nos seus alunos a partir da primeira aula. Homem casado com a mesma mulher há pelo menos 36 anos, sempre fez questão de defender os valores da família, embora nos tenha falado sobre a crise que esta instituição vive atualmente no mundo inteiro. Dizia sempre muito convicto que é comum vermos hoje em dia o fracasso de alguns relacionamentos, mas que isso é muito triste, já que segundo a nossa tradição “o que Deus uniu o homem não pode separar”. Ele e sua esposa se conheceram em sala de aula quando o mesmo, ainda muito jovem, lecionava em uma escola particular da cidade. Sua única esposa, pessoa maravilhosa e sempre alegre, é filha de um rico comerciante. Eles têm dois maravilhosos filhos desse lindo relacionamento amoroso e são felizes.

O meu professor de História nunca deixou transparecer para os seus alunos o seu posicionamento político ou até mesmo para que time de futebol torcia. Nas suas excelentes explanações procurava sempre mostrar com bons argumentos todas as tendências filosóficas, históricas, políticas, econômicas e sociais. Mesmo na religião, procurava sempre mostrar seu “jeito laico” de se comportar. Dizia a todos os seus atentos alunos que “toda religião é muito importante” e que a convivência pacífica entre elas era ainda mais satisfatória num mundo tão conturbado como o nosso. Embora fosse de tendência cristã, era comum ver nos seus discursos o respeito a toda e qualquer crença. E até a não crença. Era raro se envolver em discussões sobre o assunto. Sabia como ninguém mostrar bons argumentos para o incentivo da boa convivência entre elas.

Sobre política, o meu professor de História dava aulas impagáveis. Defensor intransigente dos diretos humanos mostrava com maestria a importância de se colocar o ser humano acima de tudo na terra. Sobre o Nazismo e o Fascismo tinha conhecimentos como ninguém. “O Holocausto foi a grande vergonha da humanidade”, sempre dizia convictamente até com lágrimas nos olhos. Falava com muito conhecimento de causa sobre a Escravidão e o Neocolonialismo. Era também um especialista em Ditadura Militar. Sem se envolver em partidarismos ou mesmo na dicotomia Direita X Esquerda, mostrava o que de fato aconteceu. Meu mestre era, claro, formado em História, tinha pós-graduação e fez dois mestrados em duas universidades: uma francesa e outra norte-americana. Nunca perdeu um curso de atualização política sobre o mundo. E era Doutor.

Respeitava a ideologia de gênero, era contra a censura, seus princípios sempre enalteceram a democracia, tinha uma visão ímpar sobre os quilombolas, os índios, os homossexuais e todas as outras minorias. Sempre esteve à frente dos movimentos sociais, pois achava muito importante a participação popular dentro da sociedade. Nunca “navegou” em nenhuma “onda” na política. Analisava detalhadamente todos os acontecimentos para depois emitir opiniões e conceitos. Por tudo isso e levando em consideração o seu coerente posicionamento político e suas convicções partidárias, o meu professor de História declarou recentemente que vai votar no “Estimado Líder”, o senhor Jair Bolsonaro do PSL. Os professores de Redação, de Literatura, de Geografia, Filosofia e Sociologia também vão seguir o mestre de História. Fascistas? Não! Todos são humanistas e apaixonados pelo Brasil. Jamais esquecerei os meus amados mestres.

 

*É Professor em Porto Velho.

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