Montanha-russa do atraso

E como se não bastasse sua característica feiura, eis que agora a bisonha classe política local inventou de construir um arremedo de “montanha russa do nada”...

Professor Nazareno*
Publicada em 05 de março de 2018 às 07:33
Montanha-russa do atraso

Porto Velho não tem absolutamente nada para se apreciar em termos de turismo. Na verdade nunca teve algo que lhe desse a impressão de ser pelo menos um núcleo urbano habitado e que justificasse a vontade de algum turista louco em querer visitá-la. A cidade é feia, com ruas tortas, sem planejamento urbano nenhum, suja, cortada por igarapés podres que já viraram esgotos a céu aberto, sem praças, sem recantos de lazer, sem arborização e pontilhada de lixo por todos os lados. Compará-la a um cemitério seria não dar a menor importância à beleza de uns campos santos. É mesmo uma velha e abandonada currutela. E como se não bastasse sua característica feiura, eis que agora a bisonha classe política local inventou de construir um arremedo de “montanha russa do nada” lá pelas bandas da avenida que dá acesso ao precário aeroporto da cidade.

Carro-chefe dos oito anos da apagada administração estadual, o chamado Espaço Alternativo é uma obra eleitoreira daquelas que parecem nunca ter fim para serem concluídas. E pior: como muitas outras da cidade, o “elefante branco” não tem beleza nenhuma. Para que diabos serve um trambolho ridículo feito de ferro e aço esparramado ao longo de uns 500 metros no meio de uma avenida sem nenhuma importância? Qual o significado daqueles semicírculos horrorosos que imitam uma montanha-russa muito mal feita? Será que estão dizendo que aquilo se trata de mais uma obra de arte? Arte sem ser arte já se têm muitas por aqui, basta a ponte escura do Madeira, as Três Caixas d’Água, o Mercado Cultural e mais um monte de prédios inúteis e feios que só se veem em lugares habitados por gente simplória que desconhece o verdadeiro sentido da arte.

Antes, o lugar era repleto de árvores frutíferas e o verde abundava. O barulho de um igarapé ainda limpo encantava a todos. Fazia gosto caminhar respirando o pouco de ar puro que ainda havia na cidade. Pássaros não faltavam. Hoje aquele chamado recanto de lazer é lúgubre, feio, cheio de concreto e sem o verde que antes lhe caracterizava. É mais uma obra feita sob medidasomente para angariar votos dos mais incautos em tempos de eleição. Aliás, a sua inauguração deve coincidir com alguma data importante durante o pleito. Querem apostar? Fato: aqueles arcos infernais e sinistros, com falta de manutenção característica, podem cair em cima dos transeuntes algum dia.Assim como o próprio símbolo da cidade lá no centro. Mas Deus nos livre disto! Deixei de caminhar ali: fiz o meu protesto silencioso pelas centenas de árvores que foram arrancadas.

A falta de beleza de Porto Velho, no entanto, é apenas uma consequência do que é a maioria de seus cidadãos. A cidade é suja e desorganizada porque somos também sujos e desorganizados. O atual prefeito, que nada tem a ver com aquela “obra dos infernos”, ainda não disse a que veio. Faz uma administração pífia, insignificante, reles, insossa e ainda não beijou, acariciou ou cuidou da cidade como prometera durante a campanha quando recebeu mais de 150 mil votos dos porto-velhenses. Nem no Estado e muito menos em sua fedorenta e desorganizada capital nada melhorou nos últimos anos. E este ano tem eleições de novo, mas nada adiantará: o povo vai às urnas para reconduzir aos mesmos cargos todos os maus políticos a fim de continuar o caos. Enquanto ganhar de presente “montanhas-russas” imprestáveis e “elefantes brancos” inúteis, o povo continuará com a sua saga de ser seu próprio carrasco. Mas até quando?

*É Professor em Porto Velho.

Winz

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Comentários

  • 1
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    José Valter de Oliveira 05/03/2018

    Esse Lazarento só podia tá bêbado quando fez esse comentário ridículo, se não faz nada reclama, se faz reclama também. Pega tua mala e some de Porto Velho.

  • 2
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    José Gerson costa 05/03/2018

    Um verdadeiro estúpido este relato deste professor. Faço caminhada no local a 15 anos. Uma cratera no meio da avenida, paisagem horrível, hoje é bem diferente, vá um domingo e verás o tanto de pessoas que estão frequentando o local. Imbecil este comentário de quem nao conhece a realidade. E ainda dar espaço pra um comentário num site, me poupe TUDORONDONIA.

  • 3
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    Francisco 05/03/2018

    Infelizmente caro professor. A critica tem real fundo de verdade, porém acho que deveria ser mais fundamentada na politica de urbanização e saneamento básico, saúde entre outras do que nas características da cidade que nos acolhe. Felizmente criticar é fácil e fato, o difícil é fazer sua parte e ensinar aos outros a fazerem a sua também que é ser limpo. Não esquecendo que somos um povo sem Educação doméstica e Institucional.

  • 4
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    Gilberto 05/03/2018

    PURA VERDADE E, ATÉ AQUI NÃO FALTAM PUXA-SACOS PARA DEFENDER A INEFICIÊNCIA DE POLÍTICOS QUE SÓ SABEM FAZER PROPAGANDAS VAZIAS E FANTASIOSAS, ENQUANTO ENCHEM OS BOLSOS... AINDA DÃO UM SORRISINHO MAROTO, RINDO DA CARA DOS BESTAS QUE SÃO TRIPUDIADOS.

  • 5
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    juliano 05/03/2018

    Professor, por qué no te callas? Deixa a obra ficar pronta, pelo menos. Os caras estão trabalhando até domingo a noite. É obvio que não está bonita...não tá pronta. Puta cara chato. kkkkk

  • 6
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    Samuel Milet 05/03/2018

    ESSE PROFESSOR É O CARA MAIS NOJENTO QUE EU NÃO CONHEÇO, VERGONHA PARA NOSSA CIDADE TER UM SUJEITINHO DESSE NAIPE. PIOR É O TUDORONDONIA PUBLICAR ESSAS ASNEIRAS

  • 7
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    aragao 05/03/2018

    Professor Nazareno, o seu nome deveria ser trocado pra Lazarento, reclama de tudo, nunca tá satisfeito com nada, pegue sua mala e suma de Porto Velho.

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