Morre um dos grandes pioneiros do comércio de Rondônia

A morte do comerciante José Sálvio Coelho, no último domingo, no Rio de Janeiro, tira do cenário uma das últimas grandes personalidades do comércio

Assessoria
Publicada em 05 de agosto de 2020 às 16:14

Apesar de afastado, faz algum tempo, por decisão própria, para formação de seus sucessores, da direção de seu principal negócio, a Toca do Coelho, o empresário José Sálvio Coelho, continuava a ser uma das inteligências mais ativas na orientação dos rumos do comércio local. Com uma grande experiência comercial e empresarial, quando falava, falava com a autoridade de quem experimentou bons e maus tempos, os diversos ciclos que a economia do antigo Território e atual Estado de Rondônia tiveram. Coelho era um empreendedor, um visionário. Maranhense de Fortuna, filho de agricultores, veio para Porto Velho em 1968, com o objetivo de se estabelecer. Iniciou sua trajetória na capital como representante da Eveready “a pilha do gato”, o que fez com grande sucesso, tanto que logo em seguida foi representante da White Martins, a maior empresa de gases industriais e medicinais na América Latina, em Rondônia e Acre. 

No início dos anos 70 casou-se com a professora Neide Araujo Coelho. Em 1972 montou para sua esposa a Casa Araújo, que marcou época na cidade, por suas promoções e importância no lançamento de novos produtos. Depois, em 1986, inaugurou a Toca do Coelho, tradicional estabelecimento comercial da cidade, que se notabilizou por vender artigos para lanchonetes, bares e restaurante no varejo, utilidades domésticas e artigos para presentes, e por onde passaram muitos comerciários que depois, montaram também o seu próprio negócio.

Coelho e Neide tiveram dois filhos: Raniery Araujo Coelho, atual presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia - Fecomércio/RO e Vice-Presidente da Confederação Nacional do Comércio - CNC e Riviany Araujo Coelho, cirurgiã dentista e odontopediatra, que lhes deram quatro netos: Laís Coelho, Lucas Coelho, Arthur Coelho e Melissa Coelho. Os netos sempre diziam ao avô: “Melhores Pais são promovidos Vovô, e o senhor é o melhor Avô do Mundo”. 

José Coelho deixa um grande legado e sempre reiterou a família: “O comércio é importante para uma cidade desenvolver, por isso trabalhamos com afinco nessa área há quase 50 anos, mas a minha maior conquista nesse tempo todo é a minha Família, meus filhos, netos e a minha esposa. Vocês são a razão do meu viver”.

José Sálvio Coelho, além de patriarca da família Coelho, foi um empresário desbravador de forte atuação no sindicalismo patronal. Seja como Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos Eletrodomésticos do Estado de Rondônia – Sindielétrico, uma entidade de classe que reúne empresas da cadeia produtiva do comércio, bem como diretor da Fecomércio/RO, membro dos Conselhos Deliberativos: do SEBRAE/RO e do Serviço Social do Comércio - SESC.

Com grande capacidade de fazer amigos e influenciar pessoas, José Sálvio Coelho foi um empreendedor que sempre teve um olhar para o futuro encampando causas que, para muitos, não devia ser preocupação de um comerciante. Assim, foi um defensor da implantação das usinas do Madeira, como também, a favor do Porto Velho Shopping, quando muitos eram contra a implantação e um adepto da Ferrovia da Soja-Porto Velho/Sapezal (MT), para desafogar a BR-364. 

Seu otimismo e determinação diante da vida provinham, certamente, de sua origem familiar, onde sempre se cultivou a crença no trabalho e de que “no comércio, é preciso abrir as portas porque sempre alguém terá necessidade de algum produto”. Seus inúmeros amigos lembram dele como uma espécie de conselheiro, ponderado, mas, também um homem de atitudes, um homem de ação. Perde o nosso Estado uma das últimas grandes personalidades do comércio pioneiro de Porto Velho. 

Sepultamento

A família de José Sálvio Coelho informa que o corpo do empresário, transladado do Rio de Janeiro, chegará em Porto Velho neste sábado (08), às 13h, de onde seguirá em cortejo fúnebre, do Aeroporto Jorge Teixeira ao Cemitério Recanto da Paz, na BR – 364, em frente ao Campus Unir. 

Todos os familiares, amigos, empresários e colaboradores do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac estão convidados a prestarem sua última homenagem no cortejo, porém, em virtude do decreto estadual de calamidade pública que limita a presença de pessoas no cemitério, será permitida apenas a participação de seus familiares durante o sepultamento.

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