MPF aponta falhas graves em fiscalização no porto e cobra providências

Inspeção técnica foi realizada para apurar denúncias de contrabando de mercúrio metálico utilizado em garimpos ilegais na Amazônia Ocidental

Fonte: Tudorondonia - Publicada em 03 de agosto de 2025 às 04:35

MPF aponta falhas graves em fiscalização no porto e cobra providências

Guajará-Mirim (RO) – O Ministério Público Federal (MPF) identificou um cenário crítico de ausência de fiscalização no Porto Fluvial de Guajará-Mirim, localizado na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A constatação ocorreu após inspeção técnica realizada em junho de 2025, no âmbito do Inquérito Civil nº 1.31.000.000033/2025-94, instaurado para apurar denúncias de contrabando de mercúrio metálico utilizado em garimpos ilegais na Amazônia Ocidental.

O inquérito foi motivado por informações de inteligência que apontaram o uso recorrente do porto como rota para introdução clandestina de mercúrio e possível escoamento irregular de minérios. A vistoria, conduzida por equipe do MPF, revelou a completa inoperância de equipamentos de controle, como máquina de raio-x e detectores de metal, além da ausência de procedimentos sistemáticos de fiscalização.

Durante a visita, foi verificado intenso fluxo de passageiros e cargas, sem qualquer verificação documental, inspeção de bagagens ou controle migratório. Apenas um policial federal atuava no local em dias úteis, sendo auxiliado pontualmente por equipe de sobreaviso da Polícia Federal. A estrutura funcional conta com salas da Receita Federal, VIGIAGRO/ANVISA e Polícia Federal, todas operando com efetivo reduzido.

O MPF apontou ainda a existência de pontos clandestinos de travessia a menos de 200 metros do porto oficial, utilizados para evitar o pagamento da tarifa de embarque. Esses acessos irregulares não são monitorados e são recorrentemente restaurados após obstruções provisórias, o que, segundo a Polícia Federal, favorece ações de contrabandistas.

Como medida preventiva, o MPF expediu recomendação à Polícia Federal, Receita Federal e Marinha do Brasil. O documento estipula prazo de 90 dias para adoção de providências como reforço no efetivo policial, reativação de equipamentos de inspeção, implantação de rotina mínima de fiscalização e fechamento definitivo dos acessos irregulares.

Caso as recomendações não sejam atendidas, o MPF informou que poderá ajuizar ação civil pública visando à responsabilização e correção das omissões administrativas. A atuação do órgão baseia-se em dispositivos constitucionais que asseguram a proteção ao meio ambiente, à segurança pública e à soberania nacional.

A recomendação foi assinada pelo procurador da República André Luiz Porreca Ferreira Cunha e publicada no Diário Eletrônico do MPF em 1º de julho de 2025.

MPF aponta falhas graves em fiscalização no porto e cobra providências

Inspeção técnica foi realizada para apurar denúncias de contrabando de mercúrio metálico utilizado em garimpos ilegais na Amazônia Ocidental

Tudorondonia
Publicada em 03 de agosto de 2025 às 04:35
MPF aponta falhas graves em fiscalização no porto e cobra providências

Guajará-Mirim (RO) – O Ministério Público Federal (MPF) identificou um cenário crítico de ausência de fiscalização no Porto Fluvial de Guajará-Mirim, localizado na fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A constatação ocorreu após inspeção técnica realizada em junho de 2025, no âmbito do Inquérito Civil nº 1.31.000.000033/2025-94, instaurado para apurar denúncias de contrabando de mercúrio metálico utilizado em garimpos ilegais na Amazônia Ocidental.

O inquérito foi motivado por informações de inteligência que apontaram o uso recorrente do porto como rota para introdução clandestina de mercúrio e possível escoamento irregular de minérios. A vistoria, conduzida por equipe do MPF, revelou a completa inoperância de equipamentos de controle, como máquina de raio-x e detectores de metal, além da ausência de procedimentos sistemáticos de fiscalização.

Durante a visita, foi verificado intenso fluxo de passageiros e cargas, sem qualquer verificação documental, inspeção de bagagens ou controle migratório. Apenas um policial federal atuava no local em dias úteis, sendo auxiliado pontualmente por equipe de sobreaviso da Polícia Federal. A estrutura funcional conta com salas da Receita Federal, VIGIAGRO/ANVISA e Polícia Federal, todas operando com efetivo reduzido.

O MPF apontou ainda a existência de pontos clandestinos de travessia a menos de 200 metros do porto oficial, utilizados para evitar o pagamento da tarifa de embarque. Esses acessos irregulares não são monitorados e são recorrentemente restaurados após obstruções provisórias, o que, segundo a Polícia Federal, favorece ações de contrabandistas.

Como medida preventiva, o MPF expediu recomendação à Polícia Federal, Receita Federal e Marinha do Brasil. O documento estipula prazo de 90 dias para adoção de providências como reforço no efetivo policial, reativação de equipamentos de inspeção, implantação de rotina mínima de fiscalização e fechamento definitivo dos acessos irregulares.

Caso as recomendações não sejam atendidas, o MPF informou que poderá ajuizar ação civil pública visando à responsabilização e correção das omissões administrativas. A atuação do órgão baseia-se em dispositivos constitucionais que asseguram a proteção ao meio ambiente, à segurança pública e à soberania nacional.

A recomendação foi assinada pelo procurador da República André Luiz Porreca Ferreira Cunha e publicada no Diário Eletrônico do MPF em 1º de julho de 2025.

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