MPF/RO e PF desarticulam organização criminosa que atuava em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO), Fernandinho Beira-Mar é apontado como líder do grupo.
Fernandinho Beira Mar está preso na penitenciária federal de segurança máxima de Porto Velho, de onde comandava o crime organizado
O Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO) e a Polícia Federal deflagraram, na manhã desta quarta-feira (24), a Operação Epístolas, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico transnacional de drogas e lavagem de dinheiro, liderada por Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar.
Foram expedidos 147 mandados judiciais, sendo 22 de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva e 82 de busca e apreensão. A Justiça Federal em Rondônia também decretou o bloqueio de valores em contas bancárias e a suspensão das atividades de nove empresas, que estariam sendo utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. A operação foi deflagrada em Porto Velho (RO), Duque de Caxias (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE) e Brasília (DF).
O nome da Operação – Epístolas – deve-se ao fato de que os integrantes da organização comunicavam-se por meio de bilhetes. As investigações iniciaram há mais de um ano, quando agentes da Penitenciária Federal de Porto Velho encontraram um pequeno bilhete picotado dentro de uma marmita vazia de Beira-Mar. No bilhete, constavam ordens manuscritas do líder a outros integrantes da organização criminosa.
Beira-Mar entregava seus bilhetes a detento de cela vizinha, que os repassava a sua mulher durante as visitas íntimas. Fora da Penitenciária Federal, os textos eram digitados e enviados por e-mail, colocados em uma “caixa postal morta” (acessada por quem tivesse usuário e senha do e-mail) ou entregues pessoalmente por membros da organização, inclusive familiares e advogados. Durante as investigações, foram interceptados dezenas de bilhetes.
MPF/RO e PF apontam que, mesmo estando preso em regime fechado há mais de 16 anos, Beira-Mar mantém o controle do tráfico de drogas em comunidades do Rio de Janeiro e recebe repasses semanais em espécie.
A lavagem desse dinheiro era realizada por meio de negócios constituídos em nome de outros membros, como casas noturnas e empresas que atuavam no comércio de gás, bebidas, instalação de internet e TV a cabo com exclusividade nas comunidades, além de uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
A investigação apurou que Beira-Mar é proprietário de diversos imóveis, registrados em nome de familiares e terceiros. Mesmo preso, indicou recentemente familiares para ocupar cargos na Câmara de Vereadores de Duque de Caxias (RJ).
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