Muito pior do que a Covid-19

E para variar, nas duas ameaças, a do vírus e a da guerra atômica, Bolsonaro, o desastrado presidente do Brasil, teve até agora uma atuação pífia

Professor Nazareno*
Publicada em 24 de fevereiro de 2022 às 11:33
Muito pior do que a Covid-19

Há pouco mais de dois anos que o mundo vive o drama da Covid-19, a terrível pandemia que já infectou pelo menos 430 milhões de pessoas e ceifou quase seis milhões de vidas em todos os continentes. Isso sem falar nos incontáveis prejuízos que tem causado aos países arruinando parte de suas economias. E eis que ainda com dificuldades para vacinar as pessoas e controlar de uma vez a ameaça viral, surge outro problema de dimensões bem maiores e piores do que o Coronavírus: Vladimir Putin, presidente da Rússia, invade a Ucrânia e com isso joga o mundo diante de uma ameaça de guerra nuclear. Fato este que significará o fim do planeta inteiro e consequentemente de toda a espécie humana. E para variar, nas duas ameaças, a do vírus e a da guerra atômica, Bolsonaro, o desastrado presidente do Brasil, teve até agora uma atuação pífia.

Durante esta pandemia, o governo insano de Jair Bolsonaro contribuiu de forma significativa para o aumento do número de óbitos no país. Já são quase 650 mil brasileiros mortos pela ameaça viral e com pouquíssimas intervenções do governo e de autoridades federais para diminuir os problemas. Negacionismo, prescrição de medicamentos sem nenhuma eficácia, sabotagem para a compra de vacinas, incentivo às aglomerações e negação ao distanciamento social, dentre outros absurdos, foram verificados em todos os lugares nos últimos dois anos. Por isso, o Brasil é o segundo país do mundo com mais pessoas mortas pela Covid-19 perdendo somente para os Estados Unidos. Durante todo este tempo, o “Bozo” sequer visitou um hospital para levar conforto aos doentes. Mas sem necessidade, foi visitar a Rússia de Vladimir Putin.

 Tanto na pandemia quanto na questão ucraniana, o Brasil bolsonarista patina. Há poucos dias e às vésperas de a Rússia iniciar essa guerra estúpida e bárbara na Europa e talvez até no resto do mundo, Jair Bolsonaro resolve ir ao país de Vladimir Putin e lhe prestar solidariedade, colocando assim a nossa diplomacia de “saia justa” perante os países civilizados e amigos como os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e toda a União Europeia. Embora a Rússia faça parte dos BRICS com o Brasil, são os russos que estão cruzando a linha vermelha ao invadir militarmente um país soberano e reconhecido pela comunidade internacional. Bolsonaro com essa atitude se junta a ninguém menos do que Nicolás Maduro da Venezuela, Daniel Ortega da Nicarágua e a Miguel Díaz-Canel presidente de Cuba, que já se solidarizaram com o presidente russo.

Por não ter nenhuma importância no cenário internacional, o Brasil “quase” não tem nada a ver com este conflito lá nos confins da Europa, mas visitando os russos numa hora inapropriada e atemporal, o presidente do Brasil deu uma “forcinha” aos invasores da Ucrânia. Vamos torcer para que a OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, ou qualquer um de seus membros, não entre nessa briga. Se isto acontecer, a situação pode fugir do controle e aí sim, estaríamos diante da possibilidade real da terceira guerra mundial com vastos ataques nucleares onde todos nós morreríamos, até mesmo o Bolsonaro. Por isso, devemos torcer para que o Coronavírus continue a sua saga. Usamos máscaras, temos álcool em gel e já fabricamos a nossa própria vacina. O número de mortos numa pandemia será infinitamente menor do que num ataque nuclear. Mas Bolsonaro e os seguidores não entendem nada disso. É cruel! 

*Foi Professor em Porto Velho.

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