Município prepara comemorações para o Dia da Mulher Negra
Programação terá participação de diversas secretarias municipais
Evento será uma ocasião propícia para promover o resgate cultural
Um grande evento marcará o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, em Porto Velho, na semana de 21 a 25 de julho de 2021. Os preparativos no âmbito da Prefeitura Municipal iniciaram em maio passado, e prosseguem para finalizar detalhes da programação.
As celebrações serão desenvolvidas com a participação da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf), Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo (Semdestur), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Superintendência Municipal de Integração e Desenvolvimento Distrital (SMD) e Fundação Cultural (Funcultural).
Segundo a secretária da Semdestur, Glayce Bezerra, as comemorações do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha serão uma ocasião propícia para resgatar na história, a participação das mulheres barbadianas na formação cultural da capital. “Vejo esse evento como uma iniciativa positiva para aumentar a capacidade de mobilização e organização da sociedade civil. Ao mesmo tempo, será importante para fortalecer os movimentos que atuam para superação das desigualdades sociais, de raça e gênero”, disse a secretária.
HISTÓRIA
Secretária da Semdestur, Glayce Bezerra
Em 1992, o encontro que reuniu mulheres negras de 32 países na República Dominicana (Caribe de colonização espanhola) ficou conhecido como o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. A partir deste evento surgiu o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
No Brasil, a partir da vigência da Lei Federal Nº 12.987, de 2014, celebra-se o Dia Nacional de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra.
Em Rondônia, a Lei Nº 4.266 institui, em 2018, o dia 25 de julho como marco à “Memória de Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra”.
LIDERANÇA
Tereza de Benguela foi líder quilombola e viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé. Destacou-se na resistência à escravidão durante duas décadas, tempo em que lutou pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança do quilombo de Quariterê.
Neste sentido, esta data tem conexões históricas vinculada ao município de Porto Velho, devido à vinda dos grupos afro-antilhanos, os imigrantes de nacionalidades diversas que partiram de ilhas de colonização inglesa, e tinham nacionalidades diversas como barbadianos, granadinos, jamaicanos, trinitário-tobagenses e de outras ilhas de colonização britânica.
Joelna Holder, secretária adjunta da Semasf
Nestes grupos, muitas mulheres afro-antilhanas vieram para trabalhar nas atividades ligadas a lavanderia e hospital, empreendimentos ligados à construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré – EFMM, que ocorreu entre 1907 e 1912. Parte delas veio acompanhando seus esposos e familiares para a nascente Porto Velho.
CONTRIBUIÇÃO
Segundo a secretária adjunta da Semasf, Joelna Holder, não pode ser negado que a construção do município de Porto Velho teve a participação ativa das mulheres de origem afro-antilhanas, conhecidas como barbadianas. “Elas contribuíram com o processo de alfabetização inicial em nossa cidade, no início do século XX, com a instalação de uma escola informal localizada no Barbadian Town. Este bairro surgiu em função da construção da EFMM e era considerado uma colônia estrangeira, habitada majoritariamente por negros e negras imigrantes da América Central.
Joelna Holder explica que “as mulheres afro-antilhanas contribuíram e ainda contribuem em áreas como educação, religião, cultura, saúde e outros setores da sociedade, assim como, participaram da fundação da primeira escola pública, a Barão do Solimões”, destaca a secretária.
Texto: Adaides Batista
Foto: Saul Ribeiro
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