Não é bom misturar política e religião
Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus
Estudo aponta para o crescimento significativo no Brasil dos que se dizem evangélicos. O mesmo levantamento garante que, daqui a dez anos, eles terão superados os católicos, cujo número vem caindo. Não sem motivos, políticos das mais variadas colorações partidárias vêm procurando aproximar-se dessa importante e decisiva parcela do eleitorado, capaz de fazer mudar a posição da balança eleitoral, independente da esfera em que se realize. É comum ouvir entre pessoas do meio, por exemplo, que os evangélicos fizeram a diferença na eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República. E o próprio presidente não somente reconhece o peso eleitoral do povo evangélico como também faz questão de realçar o respeito e a admiração que nutre por essa parcela da população, inclusive indicando e nomeando evangélicos para postos-chave da República.
Se, por um lado, há quem festeje a ideia, por outro, há quem se sinta incomodado com o crescimento dos evangélicos, principalmente com a postura de suas principais lideranças no que se refere ao enfretamento da corrupção. Exemplo disso é o ex-presidente Lula. Em agosto deste ano, em uma de suas aparições burlescas, o petista teria dito disse que, se retornasse à presidência da República, enquadraria padres e pastores, mas logo mudou o conteúdo do discurso. A mudança veio durante uma dessas reuniões enfadonhas com membros da cúpula petista, quando Lula disse que o partido deveria criar o “momento evangélico” em sua TV, mais uma de suas bravatas para tentar suavizar as baboseiras que tem dito sobre essa porção da sociedade.
Não escondo minha admiração e meu profundo respeito pelo segmento evangélico. Tenho amigos e amigas em várias denominações. Só discordo quando algumas delas resolvem mistura religião e política, cedendo, inclusive, seus púlpitos, que é um local sagrado, reservado para pregação da palavra de Deus, para serem usados por políticos demagogos e bravateiros. Aliás, em sua passagem por este mundo, Jesus deixou isso evidente. Quando provocado por um fariseu sobre se seria licito para um judeu pagar imposto a Cesar, antes de responder-lhe, porém, Jesus o repreendeu. Depois, pediu que um deles apresentasse uma moeda romana e então perguntou qual era o nome e a inscrição que estavam nela, ao que prontamente ele respondeu que era de Cesar. Então Jesus proferiu a Sua célebre frase: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Em síntese, Jesus deixou claro que as coisas de Deus não se misturam com as coisas deste mundo.
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