'Não houve traição!'
Grandes interesses defendidos pela maioria dos partidos políticos asseguram a permanência de situações que deformam a vida partidária e repercutem, negativamente, no campo social
Era para ser uma convenção partidária como tantas outras de que se têm notícia, não fosse pelo fato de um respeitado pretendente ao cargo de deputado estadual ter tido seu nome rejeitado pelos convencionais sem motivo aparente, levando o senso comum a produzir ilações as mais diversas, destacando, entre elas, a possibilidade de traição. O próprio colunista enveredou nessa possível direção.
Hoje, porém, recebi uma mensagem no WhatsApp de um amigo advogado. No áudio, uma pessoa, que não se identifica, garante que Léo Moraes só teria aceitado a entrada de Carlos Magno no Podemos com a condições de que ele (Magno) não sairia candidato a deputado estadual e, sim, a deputado federal, porque isso, diz a voz, atrapalharia a vida dos candidatos que têm base eleitoral na capital, uma vez que Magno tem cacife eleitoral para disputar o senado em pé de igualdade com qualquer um dos atuais concorrentes, com reais chances de êxito. Mesmo assim, ele teria preferido enfrentar os convencionais e, por isso, pagou alto preço. Logo, não há que se falar em traição.
Se o conteúdo do áudio for verdadeiro, retiro tudo que disse sobre a decisão do Podemos que deixou Carlos Magno fora das eleições de outubro próximo, porém, aproveito a oportunidade para destacar a necessidade de uma reforma partidária no Brasil. Não é de hoje que o assunto vem sendo empurrado com a barriga. Grandes interesses defendidos pela maioria dos partidos políticos asseguram a permanência de situações que deformam a vida partidária e repercutem, negativamente, no campo social, como a infelicidade partidária e partidos que funcionam apenas como siglas por meio das quais são feitos negócios e constituídos terrenos férteis para alimentar uma estrutura carcomida, nas três esferas de poder.
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