Não roube (muito), Lula!

Apesar de não ser um principiante na administração do país, Lula aparece outra vez como uma nova esperança para muitos brasileiros

Professor Nazareno
Publicada em 02 de janeiro de 2023 às 15:53

Não há o que se discutir: Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em 2022, de forma transparente, pela terceira vez presidente do Brasil. Agora com mais de 60 milhões de votos no segundo turno. Ex-metalúrgico de São Paulo, mas com raízes nordestinas, Lula já governou o Brasil por duas vezes consecutivas. O primeiro mandato foi entre 2003 e 2006 e o segundo foi entre 2007 e 2010. E nas duas administrações, os escândalos de corrupção do seu governo se tornaram algo banal entre os brasileiros. O mensalão foi a marca maior do primeiro mandato, enquanto o petrolão “adornou” as manchetes diárias no segundo mandato. Os dois casos, no entanto, não atrapalharam em nada as pretensões políticas do primeiro governo de esquerda que o Brasil teve. Lula não só foi reeleito como também conseguiu eleger tranquilamente Dilma Rousseff em 2010 e reelegê-la em 2014.

Apesar de não ser um principiante na administração do país, Lula aparece outra vez como uma nova esperança para muitos brasileiros. Ele teve o crédito de, dessa vez, derrotar o Fascismo bolsonarista e livrar o Brasil de uma longa noite que durou quatro anos de ataques à democracia, às instituições e ao bom senso. E mesmo tendo sido eleito com uma diferença muito pequena de votos, menos de dois por cento em relação ao seu adversário, o ex-metalúrgico vai precisar trabalhar de maneira bem diferente do que fez nos seus mandatos anteriores. Isso se não quiser a volta do obscurantismo, da devastação do meio ambiente e de tudo de ruim que o país passou no último governo. Se não fizer as coisas direito, em 2026 o Fascismo voltará com mais força ainda. Em primeiro lugar, Lula não devia roubar e “nem deixar roubar” nesse seu atual governo como já aconteceu antes.

Depois, não pode falar em herança maldita. Afirmar que o governo anterior deixou o país em frangalhos, não cola mais. No Brasil, de um modo geral todos os governantes assim que assumem o poder, colocam logo culpas no seu antecessor. Ora, quando eram candidatos todos sabiam de cor e salteado como o país estava sendo governado. Portanto, já deviam estar preparados para resolver todos os problemas herdados. Assim, nada de desculpas esfarrapadas. Além do mais, Lula não roubando e nem deixando roubar um só centavo de dinheiro público, pode até sobrar alguns recursos, já que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo. Investir em educação de qualidade, combater a desigualdade social, acabar com a fome, taxar as grandes fortunas, implantar o Socialismo e não fazer acordos espúrios com o Centrão nem com parlamentares ladrões já seria um bom começo.

O novo governo deveria também acabar com o latifúndio improdutivo, o garimpo ilegal, a especulação financeira e as agressões à natureza. O Brasil precisa urgentemente deixar de ser um pária internacional e se inserir na nova ordem mundial. Os “patriotários” precisam também sair imediatamente da frente dos quartéis e começarem a fazer oposição séria e responsável ao novo governo. Aceitar a derrota é uma das principais características de toda democracia. Sendo bem vigiados, Lula, o PT e seus aliados não vão roubar (tanto) como fizeram anteriormente. O pior é que assim como o Bolsonaro, Lula pode ser apenas mais uma marionete nas mãos da elite nacional, que sempre ditou as regras do jogo. E certamente ele já o foi, pois os banqueiros, por exemplo, nunca ganharam tanto dinheiro dos brasileiros como nos governos petistas. E também o agronegócio, as empreiteiras, doleiros, especuladores. Se roubar, Lula devia roubar menos. Roubando muito seria pego.

*Foi Professor em Porto Velho*

Comentários

  • 1
    image
    professor 03/01/2023

    Fábio Henrique, pelo que sabemos, quem está bem cotada para ir para o xilindró é Bostonaro. Fugiu até do Brasil.

  • 2
    image
    Fabio Henrique 03/01/2023

    Quando estiver preso não chore kkkkkkkkkkk

Envie seu Comentário

 
NetBet

Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook

Expectativas nas relações de trabalho para 2023

Expectativas nas relações de trabalho para 2023

Então, considerando a experiência desde a reforma trabalhista de 2017, observam-se pontos relevantes (1) no plano das relações coletivas; (2) no plano das relações individuais; e, (3) no plano da atuação do Judiciário Trabalhista