No Dia dos Filhos, especialista explica como conversar com crianças e adolescentes sobre dinheiro e finanças pessoais
Entrevistados pelo Instituto Opinion Box, um a cada cinco pais confessam que não falam sobre dinheiro com os filhos
· Papai Financeiro sugere dicas de educação financeira aos pais e responsáveis;
· Pesquisa revela que 19% dos pais admitem que não conversam sobre o tema com seus filhos;
· 56% dos adultos não tiveram educação financeira na infância;
· O bê-á-bá das finanças e o valor das coisas podem começar a partir dos 3 anos de idade;
· Aprender a dizer não é um ritual de aprendizado para pais e filhos.
Ensinar as melhores formas de lidar com as finanças para os filhos costuma ser um difícil desafio para pais e responsáveis, já que boa parte dos brasileiros não têm acesso à educação financeira em casa e nem na escola. Para marcar a passagem do Dia dos Filhos, celebrado neste 5 de abril, a Serasa convidou Thiago Godoy, conhecido nas redes sociais como Papai Financeiro, para entender as melhores formas de introduzir o diálogo sobre dinheiro com crianças e adolescentes.
Entrevistados pelo Instituto Opinion Box, um a cada cinco pais confessam que não falam sobre dinheiro com os filhos. Entre os pais que abordam o tema com as crianças, 24% iniciam o diálogo a partir dos 5 anos de idade e 23% na faixa de 6 a 8 anos. “E, infelizmente, 18% dos adultos entrevistados só colocam a pauta das finanças na família quando o filho já é um adolescente, a partir dos 12 anos de idade”, lamenta Thiago Godoy.
Mestre pela Fundação Getúlio Vargas e autor do best-seller "Emoções Financeiras", Thiago explica que o melhor momento para introduzir essa conversa dentro de casa envolve a percepção dos filhos em relação ao mundo. “A idade ideal pode ser em torno dos 3 a 5 anos, começando com conceitos simples, como a espera pela gratificação e o valor das coisas, progredindo para ideias mais complexas conforme a criança cresce”, explica. “Importante sempre ter em mente que a melhor educação financeira é sempre o exemplo do pai, da mãe ou mesmo de um irmão mais velho”.
A falta de jeito para abordar as finanças ainda na infância pode estar relacionada a um comportamento cultural, acredita Felipe Schepers, COO do Opinion Box e responsável técnico pela pesquisa: afinal, 56% dos pais não lembram de, quando crianças, terem conversa com seus pais a respeito de finanças e dinheiro. Como observa Thiago Godoy, “não adianta falar um monte de coisa e fazer diferente. Os filhos vão repetir os pais e, por isso, é importante toda a família se educar financeiramente”.
Dicas para crianças
· A partir dos 3 anos, ensinar o verdadeiro valor do dinheiro e a importância de a criança aprender a esperar para obter algo desejado, como um brinquedo ou um passeio especial. Isso pode ser feito por meio de jogos, brincadeiras de faz de conta com notas fictícias ou pequenas tarefas que podem render recompensas.
· Aprenda a dizer “não” para alguns desejos dos pequenos. O dinheiro deve ser associado a um esforço, não como um recurso ilimitado – uma oportunidade de ensinar sobre escolhas e prioridades. Explicar o motivo do “não” ajuda a criança a desenvolver o entendimento sobre limitações financeiras.
· A mesada é uma excelente ferramenta para ensinar sobre orçamento: o valor pode ser definido com base nas necessidades e capacidade financeira da família.
· É importante ser consistente e claro sobre o que se espera que seja coberto com o dinheiro da mesada.
Dicas para adolescentes
· A partir dos 10 ou 11 anos, os filhos já possuem maior compreensão a respeito do seu entorno: caso a educação financeira não tenha sido introduzida na infância, comece com o básico e ajuste o diálogo ao nível de maturidade do filho.
· Dê responsabilidades financeiras e estimule a participação em decisões familiares sobre orçamento.
· Introduza noções de planejamento financeiro e economia para objetivos a médio e longo prazo: estratégias podem incluir jogos de simulação financeira, aplicativos de orçamento e debates sobre notícias financeiras.
· Adolescentes acima de 12 anos já podem abrir uma conta bancária, sob supervisão dos pais.
· Monitore a conta do filho e ensine-o a usar cartão de forma consciente. Esse também é um bom momento para dialogar sobre fraudes e segurança online.
Para conferir outras dicas, confira o artigo no blog da Serasa: clique aqui.
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