(*) Valdemir Caldas

É comum, na atividade política brasileira, o discurso valer mais do que a ação. Normalmente, que entra nesse terreno não perde a oportunidade de falar. Alguns falam pelos cotovelos, mesmo quando não têm quase nada a dizer. Por conta disso, muitos acabam levando eleitores incautos no papo.

Rondônia, para ficar apenas nesse exemplo, está cheia de políticos desse tipo. E gente que se elege e reelege tentando tapar o sol com peneira ou escamoteando a realidade dos fatos e daquilo que poderiam fazer de socialmente produtivo, mas simplesmente não os fazem, por conta de acertos eleitorais, que em nada dizem respeito aos interesses da população. Há exceções. Pouquíssimas, mas há.

Centenas de estudantes da área rural de Porto Velho estão correndo o sério risco de perderem o ano letivo por falta de transporte escolar. Desde a semana passada, as empresas responsáveis pelo serviço deixaram de operar. E o pior é que quem tem a obrigação de fazer alguma coisa não consegue ir além do discurso inócuo e das promessas mirabolantes.

Deve-se, por uma questão de justiça, reconhecer a luta dos vereadores Aleks Palitot e Luan da TV. Como presidente e membro da Comissão de Educação, respectivamente, eles buscaram de todas as maneiras uma saída para o problema e, com isso, garantir a conclusão do calendário escolar. Foi uma reunião atrás da outra, sem contar os ofícios enviados pelo gabinete do vereador Palitot a autoridades do Ministério Público de Rondônia, da prefeitura de Porto Velho e de representantes das empresas, cobrando providências. Em vão. Mas Palitot não é do tipo que costuma jogar a toalha com facilidade. Agora, ele disse que vai buscar a Justiça para responsabilizar os culpados, doa em quem doer, alcance quem alcançar, pois seu compromisso é com a população, e não com partidos ou grupos políticos.

Ao contrário daqueles que se elegem falando, por um lado, e fazendo (ou simulando) alguma coisa, por outro, Palitot, desde que chegou à Câmara Municipal, tem-se notabilizado pela defesa intransigente dos interesses da população, principalmente, pelas questões da educação – a menina dos seus olhos, combinado discurso e ação, coisa rara dos dias de hoje.