O candidato das Forças Desarmadas
"Temos de novo, 37 anos depois, um confronto entre ditadura e democracia", escreve o jornalista Alex Solnik
Militares e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: ABr | Ricardo Stuckert)
Desde o início da campanha os eleitores têm dado o recado de que não vão deixar para fazer no segundo turno o que podem fazer no primeiro.
Há muito tempo Lula está em primeiro lugar e Bolsonaro em segundo.
O eleitor não quer experimentar, como quis em 2018 e se estrepou.
Quer ou aquele que já mostrou que sabe governar ou aquele que está mostrando que não sabe governar.
Os outros candidatos ficaram irrelevantes.
Não por seus defeitos, mas porque os eleitores já fizeram suas escolhas.
Políticos e artistas começam a ouvir a voz rouca das ruas.
Gregório Duvivier e Caetano Veloso, que eram Ciro, já engrossam o coro do Lula Já.
Tal como Nicole Puzzi, João Gordo, e tantos outros que repetem o mantra “Lula no primeiro turno”.
O tucano Aloysio Nunes Ferreira já disse que, além de votar em Lula no primeiro turno, vai fazer campanha por Lula.
Queiram ou não, o clima das Diretas Já! está de volta.
O maior movimento popular da história do Brasil levou milhões de brasileiros às ruas e derrubou a ditadura sem derramar uma gota de sangue.
A emenda Dante de Oliveira foi derrotada no Congresso Nacional, mas a força das Diretas Já obrigou os mesmos parlamentares que a derrotaram, a votarem não no candidato das Forças Armadas - Paulo Maluf - e sim no candidato das Forças Desarmadas - Tancredo Neves.
Temos de novo, 37 anos depois, um confronto entre ditadura e democracia.
Entre o candidato das Forças Armadas e o candidato das Forças Desarmadas.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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