O corpo a morte leva; a voz, some na brisa!

Mas as memórias ficam! Com Antônio Estolano no comando da viola, curti memoráveis serenatas na cidade Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde nós moramos por um bom tempo!

Antonio Serpa do amaral
Publicada em 24 de julho de 2020 às 09:09
O corpo a morte leva; a voz, some na brisa!

Estolano, mais uma vítima da Covid-19

O corpo, a morte leva, já disse o cancioneiro popular! Mas as memórias ficam! Com Antônio Estolano no comando da viola, curti memoráveis serenatas na cidade Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde nós moramos por um bom tempo! Porém Estolano não era só um violeiro; era antes de tudo um comunicador de boa cepa, um papo animado, cheio de bom humor, engraçado e, antes de tudo, muito simpático e cativante! Apetrechado com uma meia dúzia de acordes dissonantes, ele passeava à cavaleiro pelos diversos naipes da Música Popular Brasileira, tendo-me como seu fã e aluno ao mesmo tempo! Guardo no baú das memórias seus fraseados musicais, seus causos e seu irrepreensível bom humor cheio de cacoetes criativos! Expressamos no profundo lamento à família Estolano, ficando na gente, suspensas no ar, em uma bolha de sabão muito colorida, as imagens inapagáveis dos dias em que tivemos entre nós o homem, o músico, o artista e o amigo Antônio Estolano, fazendo soar seu violão e sua voz para o deleite de nossos ouvidos e corações! E já que cruzou os umbrais da morte e de certo conheceu os mistério do Desconhecido, rogo sua bênção e desejo boa sorte na insondável jornada do Além! Fica pra gente o tilintar dos seus acordes brejeiros, sobrevoando a saudade da gente como beija-flor!!
O corpo a morte leva; a voz, some na brisa!
(João Nogueira)

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