O descaso oficial com o esporte

No começo era apenas um time de peladeiros, como se costuma falar, sem nenhuma pretensão de alçar voos altos, como muitos que existem espalhados pelos quatro cantos de Porto Velho, mas a coisa tomou rumos diferentes, a equipe ganhou fama e acumulou títulos.

Valdemir Caldas
Publicada em 27 de junho de 2017 às 09:45

No começo era apenas um time de peladeiros, como se costuma falar, sem nenhuma pretensão de alçar voos altos, como muitos que existem espalhados pelos quatro cantos de Porto Velho, mas a coisa tomou rumos diferentes, a equipe ganhou fama e acumulou títulos. O primeiro veio em 2013, como campeão da Copa Rede Amazônia de Televisão. Em 2014, campeão do circuito Ouro Preto. Em abril de 2015, vice- campeão da Copa Rede Amazônia. Ganhou a 1ª Copa Rede Amazônica de Futsal, depois de atropelar as equipes do Solimões e São Lucas e vencer a final contra a Tsaleah. A partir dai foi um caneco atrás do outro.

Em junho de 2015, campeão do Pré-JOER. Em agosto, mais um troféu. Dessa vez, como Campeão do Nacional – PVH. Em outubro, campeão do JOER e quarto colocado no JEBS, e, em dezembro, fechando a temporada com chave de ouro, campeão da 1ª Copa São Lucas de Futsal e vice-campeão da Copa Porto Velho. Tantos são os troféus e as medalhas que não há mais espaço na estante do presidente. Agora, advinha qual é o nome da equipe que conseguiu essas e outras façanhas. Aqui vai uma dica: ela é da capital. Acertou quem disse Auto Elétrica Evolution.

Mas, não é fácil manter uma estrutura com 17 atletas, seis coordenadores, um técnico, um assistente técnico, um fisioterapeuta e um roupeiro, só com o patrocínio de empresas amigas. É preciso contar com a ajuda do poder público, que raramente chega e, quando chega, geralmente, chega atrasada. Haja tempo e paciência para aguentar tanto chá de cadeira e ficar correndo de um lado para o outro.  Às vezes, a vontade de alguns dirigentes é abandonar tudo, mas o amor pelo esporte fala mais alto. No período eleitoral, candidatos enchem a boca para falar sobre saúde, educação, segurança, esporte e lazer, apresentando as mais cínicas e despudoradas promessas. Depois, tudo fica com dantes no quartel de Abrantes.

Não se diga, contudo, que o descaso oficial com o esporte começo hoje. Não! Faz tempo. Em setembro de 2005, os jogadores da seleção de futsal de Rondônia, que estreou no XXV Campeonato de Seleções Adulto Masculino, cujo evento aconteceu no Ginásio Mário Amato (SESI), só receberam os uniformes duas horas antes do jogo. Até a água servida aos atletas foi comprada por um membro da equipe técnica. Prometeram um hotel para a concentração, mas, descaradamente, não fizeram a reserva. O pessoal bateu com a cara na porta, ou melhor, na portaria. Foi um vexame.

Aqui e acolá, Rondônia ganha destaque nas páginas da imprensa nacional. Não pelas suas belezas naturais, ou pela riqueza de seu subsolo, ou pelo comportamento pacifico e ordeiro do seu povo, mas, sim, pela ação deletéria de um sem-número de políticos e dirigentes públicos espertalhões. Quando se tem a oportunidade de realçar o nome do Estado, através do esporte, é um desastre. Mas Rondônia, seu povo, sua gente e os que fazem do esporte sua bandeira de luta, estão acima dessa casta miserável. Avante desportistas de Rondônia! 

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