O despreparo para o poder, o ocaso dos deuses e nossa última esperança

A corrida pelo Senado deverá ser, assim como ao Governo, das mais difíceis dos últimos tempos. Ainda mais se nela estiver o tucano Expedito Júnior.

Sérgio Pires
Publicada em 24 de abril de 2018 às 06:36
O despreparo para o poder, o ocaso dos deuses e nossa última esperança

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Ele seria o sucessor natural de Lula. Era a maior liderança emergente do PT, depois do seu poderoso companheiro. Mas logo que chegou ao comando, lá em cima,  começou a se transformar, como se transformam praticamente todos os que, despreparados, desacostumados, sem uma estrutura pessoal firme e coerente, assumem o poder total, sem conseguir avaliar, claramente, todos os riscos e danos que podem causar. José Dirceu, agora, entra para a História como o braço direito de Lula, mas também como o sujeito que criou o Mensalão (imaginou como seria fácil comprar o apoio dos corruptos opositores, no que, aliás, estava totalmente certo!), mas nunca acreditou que um dos corrompidos iria abrir o bico. Quando Roberto Jeferson o fez, começou a destroçar não só os projetos petistas, mas também os sonhos absolutistas do que Zé Dirceu representava, num ideário de um Brasil dominado por um partido único, já que todos os outros estariam no bolso. Se já não o foi, ele deve ser preso novamente em breve, para cumprir uma pena de mais de 41 anos. Se diz um prisioneiro político, como seu mentor, o metalúrgico de São Bernardo que chegou à Presidência da República e que também está atrás das grades. Os dois e mais um grupo de esquerdistas que sonhavam em concretizar seus ideais, não souberam conviver com o grande poder que chegaram a ter. em suas mãos. Deveriam ser exemplo para que muitos outros (que só se descobrem quem realmente são, quando assumem o poder total e esquecem as suas origens), não cometessem os mesmos erros. Infelizmente, não é isso que acontece.

O Partido dos Trabalhadores, que durante duas décadas ensinou ao Brasil como ele deveria ser governado e como a corrupção era um câncer que tinha que ser extirpado da vida pública do país, quando governou, se transformou, exatamente por isso, na maior decepção que o brasileiro comum já teve, entre todos aqueles que o enchiam de esperança. O PT se tornou pior que os outros, por tudo o que representava no ideário nacional. Trouxe, há que se reconhecer, avanços importantes, principalmente beneficiando os mais pobres, mas, ao mesmo tempo, agiu como os piores ricos, aqueles que se especializaram em roubar e não os que enriqueceram trabalhando duro e dando milhões de empregos. José Dirceu é, talvez, a maior das sínteses do PT destroçado, quem sabe até mais até que Lula. Ambos estão presos e, ainda pior, fazem questão de não reconhecer o que fizeram de ruim para nosso Brasil. Também realizaram coisas boas, mas roubaram muito e destroçaram o sonho brasileiro de um país melhor. Eles sabem disso. Não são injustiçados e nem prisioneiros políticos. São apenas homens comuns, cheios de sonhos, a quem lhes foi dado um poder que eles jamais souberam conduzir com dignidade. Poderiam ter nos salvado. Mas foram iguais aos outros. Iguais não. Bem piores, porque nos tiraram a última esperança!

SENADO: NEM MÃE DINÁ SABERIA

A corrida pelo Senado deverá ser, assim como ao Governo, das mais difíceis dos últimos tempos. Ainda mais se nela estiver o tucano Expedito Júnior, um nome com grande popularidade em todas as regiões do Estado, mas que poderá optar pela disputa ao Governo, caso Ivo Cassol não possa ser candidato. A verdade é que há quatro nomes de peso, (se o de Expedito for incluído) todos com chances reais para as duas vagas rondonienses. Pelo MDB, estão dois dos mais quentes: Confúcio Moura e Valdir Raupp. Pelo PSB, entra, correndo por fora e também muito bem cotado, o ex deputado e duas vezes prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires. Há ainda  um quinto elemento, um nome novo, interessante e com grande prestígio entre o eleitorado de Porto Velho, o professor e pastor Aluízio Vidal, da Rede. Ele pode surpreender? Pode sim. E Marcos Rogério? O representante do DEM, bom de voto em sua região, quer mesmo é disputar a reeleição como deputado federal. Mas seu partido quer é vê-lo na busca de uma cadeira para o Senado. Se ele entrasse na corrida, aí sim é que ela se tornaria daquelas disputas que nem Mãe Diná, quando viva, arriscaria dar palpite sobre os nomes dos eleitos. Vai ser disputa voto a voto. 

PARCEIROS NA ASSEMBLEIA

Daniel Pereira tem mexido muito no seu governo, mas nas relações com a Assembleia, prefere manter o que está dando certo. Tanto que confirmou o nome do tucano Laerte Gomes como seu líder no parlamento, com o deputado Cleiton Roque, do PSB  (partido de Daniel), na vice liderança. A dupla atuou no último ano da administração de Confúcio Moura, representando os interesses do governo junto aos seus companheiros de poder. Laerte Gomes, aliás, é um deputado que tem se destacado, por uma atuação firme em defesa dos interesses da região central do Estado, que representa. Ex prefeito de Alvorada, Laerte mudou seu domicílio eleitoral para Ji-Paraná, cidade pela qual tem batalhado bastante e conseguido resultados bastante positivos, já que sua ligação com o Governo o tem credenciado a receber prioridade em suas emendas. O vice líder, deputado Cleiton Roque, também em primeiro e muito positivo mandato, é companheiro de partido de Daniel e sua participação no conjunto da liderança do Governo na ALE certamente será muito positiva para o bom relacionamento entre os dois poderes. Daniel acertou em cheio em manter a dupla ao seu lado.

CASSOL CONTRA A TURMA GOVERNISTA

No final de semana, a turma governista comemorou levantamento feito pela Folha de São Paulo, que apontou que, de todos os Estados brasileiros, apenas o Paraná e Rondônia ainda tem poder de investimentos. A informação, para a turma de Confúcio Moura (e Daniel Pereira finalmente entrou no assunto, ao lado do seu companheiro de governo) contrasta com  as afirmações do senador Ivo Cassol, de que o Estado estaria endividado. Os dois lados mantém suas posições. Cassol continua dizendo que a negociação da dívida do Beron foi um tiro no pé para os interesses de Rondônia e que o endividamento é daqui para o futuro, enquanto os confuncianos repetem que deixaram o Estado enxuto, alegando também que a negociação do Beron foi positiva para os cofres públicos.  Como pano de fundo de tudo isso, é claro, está a eleição de outubro, quando os dois grupos políticos, entre os mais fortes que temos por aqui, vão se confrontar nas urnas. Se isso mesmo ocorrer, saberemos, na hora da contagem dos votos, para quem a maioria do eleitorado dará razão, nesse e noutros confrontos,  que certamente vão ocorrer nos próximos meses. 

VIOLÊNCIA:  A LEI DO MAIS FORTE

A brutalidade se repetiu em Porto Velho, em cidades do interior, aliás, como se repetiu em todos os recantos do país. Na Capital, pela menos meia dúzia de assassinatos e outros dois em Ji-Paraná no interior. Enquanto as autoridades da área de segurança continuam enxugando gelo, o crime campeia solto, pela liberalidade das leis, pelo mão passada na cabeça dos bandidos; pelas penas leves, algumas ridículas, mesmo para os crimes mais hediondos. A PM colocou dezenas e dezenas de novos soldados e oficiais nas ruas, para reprimir a violência, mas, ao menos por enquanto, os resultados ainda estão longe do que se poderia esperar, para uma comunidade que quer viver em paz. Além das mortes por tiros, facadas, traçados e todos os tipos de armas, há as causadas pelo trânsito ceifador de vidas. Também os números continuam assustadores, embora tenham diminuído nas estatísticas. Estamos nos acostumando a viver na brutalidade, de forma que nem os crimes mais terríveis já nos causam tanto pavor como antes. Rondônia e o Brasil continuam, cada vez mais, sob o domínio do medo!

NOSSA RIQUEZA SÓ AUMENTA

Pouco repercutiu, porque boas notícias são cada vez mais raras e menos importantes, perante os olhos de quem adora só saber de desgraças e coisas negativas, a descoberta da primeira mina de zinco, em Rondônia. Depois de anos de investimentos e pesquisa, a Mineradora Santa Elina confirmou  a existência do metal, que vai gerar, num primeiro momento, algo em torno de 120 empregos diretos – serão 160 daqui a dois anos – e uma média de ICMS na faixa de 6 milhões de reais. O único temor é aquele de sempre: mesmo tendo cumprido todos os ritos legais, nenhuma empresa está segura neste país, onde as leis mudam de acordo com o freguês e os órgãos de fiscalização, muitos deles atuando em parceria com ONGs nacionais e internacionais e falam a linguagem delas, podem prejudicar os projetos de expansão, ainda mais na área de mineração. O que se espera é que se deixe a Santa Elina trabalhar em paz e trazer mais progresso para Nova Brasilândia, onde a mina foi descoberta e, obviamente, para todo o Estado.   As maiores reservas de zinco estão se na China, Austrália e Peru.

H1 N1 JÁ FEZ UMA VÍTIMA

Na área rural de Porto Velho, já foi registrado pelo menos um óbito pela gripe H1 N1, que pode se tornar um grande risco para a população, caso o porto velhense não procure em massa os postos de saúde, para vacinar-se contra esse e outros dois ripos de gripe. Desde esta segunda e até junho, os postos de saúde vão imunizar milhares de pessoas. Pelo menos 120 mil doses de vacina estarão a disposição do povo, ou seja, não há desculpa para se correr riscos desnecessários de sermos acometido por essa grave doença, muitas vezes fatal, principalmente em idosos e crianças. Para os idosos, aliás, pode-se registrar uma queda acentuada de mortes por gripe e doenças correlacionadas a ela, na última década, desde que a vacinação começou a ser feita em massa. Portanto, nada de esperar ou ficar empurrando com  a barriga. A hora é de ir aos postos de vacinação e se imunizar contra a H1N1 e outros tipos de grupes, perigosas e mortais, caso não combatidas corretamente.

PERGUNTINHA

Como você, rondoniense, se sente ao ir no Detran do seu Estado e ter que pagar as maiores taxas cobradas no país, algumas delas em duplicidade e outras que custam onze vezes menos, em outros Estados?

Comentários

  • 1
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    Paulo Pereira 24/04/2018

    O expedito é carta fora do baralho, o que ele tem que fazer mesmo e pagar as dívidas da campanha passada.

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