O domingo em que Bolsonaro morreu
"Bolsonaro ainda tem algum poder político? Tem, claro. Mas muito menos do que antes e em trajetória claramente declinante", diz Eduardo Guimarães
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
É bem provável que a "minifestação" de hermanos portenhos que ovacionou Bolsonaro em território argentino tenha sido maior, numericamente, do que a equivalente brasileira levada a cabo no último domingo.
Nenhum dos objetivos de um convescote da terceira idade que gerou vergonha por aqueles que se expuseram a um ridículo de tal calibre foi atingido. E não eram muitos; apenas dois: intimidar os senadores que cogitam aprovar Flávio Dino na sabatina de quarta-feira e fazer hesitar o Judiciário quanto a medidas que está prestes a tomar contra Jair Bolsonaro.
Na verdade, a micareta gerontológica produziu efeitos opostos aos pretendidos; liberou os senadores para votarem como quiserem e a PF a prosseguir com a denúncia contra o ex-presidente à Procuradoria Geral da República e desta ao Supremo Tribunal Federal.
Animado, fui ao Baile da Saudade da direitona que ocorreria na mais paulista das avenidas em horário mais agradável a vovôs e a vovós como este que escreve, de forma que iríamos alimentadinhos caminhar/manifestar no corredor dominical cedido ao lazer nos domingos.
Munido apenas de um singelo celular, preparei-me para registrar a morte morrida de Bolsonaro. Era inexorável. Quem, em sã consciência, vai para um evento em que black blocs da terceira idade podem sair de controle e resolverem fazer alguma peraltagem como a de quebrar algumas vidraças ou destruir um patrimoniozinho público qualquer?
Aos 64 anos, senti-me o caçula da manifestação. Tive medo de que algum "patriota" quisesse me colocar na cama devido ao avançado da hora (15:30 h).
Piadas infames à parte, eu e meu celular pudemos contornar a 'minifestação' em 48 segundos. Sem correr e ainda tirando fotos. A manifestação ocupava, em comprimento, os poucos metros diante do Parque do Trianon, que não dá nem meio quarteirão. E, na largura, apenas as duas pistas de rolagem da avenida - as calçadas estavam livres.
Só quem tinha bom potencial para 'protestar', ali, eram os longos cassetetes de uma quantidade de PMs que quase ultrapassava a de uma turma que poderia estar em casa curtindo os netos em vez de ficar atrapalhando o lazer dominical de uma garotada enfezada com a interrupção da avenida.
Quando os transeuntes gritavam "fora Bolsonaro", os camisas amarelas não diziam A - até porque, a maioria não deve ter mais aquela audição toda.
As brincadeiras visam apontar a ausência TOTAL de jovens naquele movimento ridículo. E uma manifestação de respeito tem que ter jovens, senão tampouco tem futuro. Mesmo que não sejam muitos. Mas nada havia abaixo de umas quatro décadas de vida.
Bolsonaro morreu ontem. Por que? Alguns dias atrás, o jornal O Globo publicou resposta de Eduardo Bolsonaro ao questionamento sobre as duas manifestações anteriores, igualmente "flopadas'. Ele respondeu que os 'patriotas' não haviam comparecido porque nenhum dos Bolsonaro convocou.
No sábado, o UOL relata que o mesmo 03 disse que havia "chegado a hora" de manifestar e que todos os Bolsonaro, agora, haviam convocado o que lá se viu neste domingo. Bem, "flopou" do mesmo jeito.
Bolsonaro ainda tem algum poder político? Tem, claro. Mas muito menos do que antes e em trajetória claramente declinante. Se for preso, poderá cantar "Don't cry for me Argentina", porque, no Brasil, ninguém vai derramar uma lágrima.
Eduardo Guimarães
Eduardo Guimarães é responsável pelo Blog da Cidadania
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Comentários
Acho que esse jornaleco tá enganado, o homem tá muito vivo e como está. Parem de puxar desse quadrilheiro que ora está no poder, vcs deveriam criticar as viagens milionários que essa corja faz com o dinheiro público. Essa última, mais de mil pessoas fazendo turismo com nosso dinheiro, critiquem essa inútil Marina Silva apelidada de ministra do meio ambiente que não serve pra nada, o tal ministro de direitos humanos outro ser sem utilidade, critiquem as invasões que ora ocorrem no pais por vagabundos ligados a esse governo, invasões a supermercados, mas não, a paixão desses jornalecos militantes é o Bolsonaro.
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