O Pix para o Corinthians e a comunicação de governos
"Gol digno de placa na Arena Corinthians", comenta Oliveiros Marques
Lula (Foto: Reprodução (X)
Gol digno de placa na Arena Corinthians. Daqueles que, desde os tempos do “Pé de Anjo” batendo falta, não víamos. Assim avalio o vídeo com Lula fazendo um Pix para o pagamento da dívida do seu time do coração e desmentindo a fake news sobre a taxação de transações acima de R$ 5 mil.
Costumo chamar a atenção dos meus clientes para o fato de que comunicação institucional de governos é muito mais do que um amontoado de peças publicitárias divulgadas nas emissoras de rádio e televisão, postagens engraçadinhas nas redes sociais ou pilhas de cards, fotos e vídeos exibindo feitos e realizações nos stories e feeds.
Comunicar um governo é disputar projetos de sociedade. É enfrentar, no campo das ideias, outros projetos políticos. Isso se faz com um amplo programa de relações públicas, no qual o porta-voz principal e os porta-vozes secundários estejam muito bem definidos e sejam ativados no momento certo, nas situações adequadas e com o posicionamento correto.
O vídeo sobre o Pix foi um exemplo desse movimento. O porta-voz de um programa de relações públicas do governo Lula, sem necessidade de maiores explicações, é o próprio Lula. Colocá-lo para enfrentar uma fake news claramente plantada e reproduzida por seus adversários de ontem, hoje e 2026 é uma tentativa de pôr um ponto final no avanço da “narrativa” (há alguns anos comecei a odiar essa palavra) dos opositores.
Não se faz comunicação de governo sem propaganda em rádio e TV, assim como não se faz sem forte presença digital. Mas não se faz só com isso. Utilizar todas as ferramentas dentro de um sistema de comunicação institucional capitaneado por um amplo programa de relações públicas é o caminho que considero mais virtuoso. Como fazer comunicação de governos é fazer disputa política, é preciso dar cara ao projeto político defendido.
E o porta-voz principal não deve ser o único a realizar essa tarefa. Vamos tomar o governo federal como exemplo. Os ministros cumprem papel fundamental nesse programa, mas não apenas distribuindo discursos sobre suas realizações. Essas entregas precisam ser politizadas, servindo como elementos que tangibilizem um projeto político de sociedade. Porque uma estrada não é apenas uma estrada; ela é o caminho para a prosperidade (usando a palavra da moda). Uma agenda de ministros pelo país fazendo essa disputa é sempre necessária.
Claro que não teremos atuações como no vídeo do Pix todos os dias. Afinal, nem todos são como Marcelinho Carioca.
Oliveiros Marques
Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas
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