O presidente mais ridículo da história da República

Bolsonaro e Pontes explicam, cada um a seu modo, o fracasso da formação militar, no Brasil

Por Leandro Fortes
Publicada em 06 de agosto de 2019 às 16:36
O presidente mais ridículo da história da República

"Bolsonaro passou a usar a faixa presidencial da mesma maneira que Pontes, negacionista do desmatamento amazônico, enverga o macacão de astronauta. O faz para agradar a turba de mentecaptos cafonas e deslumbrados que o elegeu. Mas, também, porque é o presidente da República mais ridículo da história da República", escreve Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia

Bolsonaro deu para frequentar convescotes usando a faixa presidencial, talvez com inveja de Marcos Pontes, o patético ministro da Terra Plana que se veste de astronauta para contar ao mundo, todo o tempo, que foi ao espaço plantar feijões em tufos de algodão.

Desde Hamlet, sabe-se, há método na loucura, mas apenas quando se trata de uma estratégia de racionalidade. É difícil saber se isso pode ser aplicar, integralmente, à personalidade de Bozo e seus asseclas, porque uns parecem, de fato, loucos. Outros são apenas idiotas motivados, aliás, também, como boa parte dos eleitores desse governo de cretinos.

Bolsonaro e Pontes explicam, cada um a seu modo, o fracasso da formação militar, no Brasil, embora dentro de modelos diferentes.

Bozo teve uma carreira curta e medíocre, mas soube aproveitar o isolamento dos militares pós-ditadura para representá-los nas coisas comezinhas: era Bozo, por exemplo, quem comandava a tropa de mulheres de oficiais e praças que faziam panelaços, em Brasília, para pedir aumento de soldo para os maridos. Aos poucos, tornou-se o principal lobista da caserna no Congresso Nacional, além de representar a da moral conservadora militar, no sentido mais estúpido e rasteiro dessa representação.

Pontes teve uma carreira relativamente longa e bem sucedida, mas dentro do gueto ideológico imposto às Forças Armadas pelas apostilas da Escola Superior de Guerra, onde os dogmas e conceitos da Guerra Fria são servidos, até hoje, como comida congelada.

Foi ao espaço, em 2006, ao custo de 10 milhões de dólares (hoje, cerca de 30 milhões de reais) como parte do acordo firmado, em 1997, ainda no governo FHC, de participação brasileira na construção da Estação Espacial. Acordo, aliás, que não foi para frente. O Brasil teria que ter participado com 120 milhões de dólares. Como não pagou, restou o prêmio de consolação de enviar um astronauta brasileiro para o espaço de carona na nave russa Soyuz.

Pontes, então tenente-coronel da Aeronáutica, voltou à Terra e, de imediato, abandonou a farda e reservou como mérito pessoal a energia e os recursos gastos, pelo Brasil, na chamada Missão Centenário – em 2006, completava-se 100 anos do voo de Alberto Santos Dumont, em Paris, com o 14-Bis.

Desde então, tem se estufado dentro de um macacão da Nasa, deslumbrado com seu próprio feito, sem perceber o ridículo a que se expõe e, certamente, a que expõe familiares e amigos.

Bolsonaro passou a usar a faixa presidencial da mesma maneira que Pontes, negacionista do desmatamento amazônico, enverga o macacão de astronauta. O faz para agradar a turba de mentecaptos cafonas e deslumbrados que o elegeu. Mas, também, porque é o presidente da República mais ridículo da história da República.

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