O principal caçador de corruptos do MP quer entrar no jogo

Héverton Alves de Aguiar é nome conhecido e respeitado entre seus pares do Ministério Público. Ele tem se destacado no combate ao crime de corrupção praticado por gestores públicos rondonienses. Agora o nome de Héverton ganha aparece para engrossar a relação de prováveis candidatos ao governo em 2018.

Gessi Taborda
Publicada em 02 de maio de 2017 às 08:10

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FILOSOFANDO

“A vida sempre é a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único é que é diferente.” FLORBELA ESPANCA (1894/1930). Vivendo apenas 36 anos, essa poetisa de Portugal produziu uma obra literária da mais alta qualidade, com poesias carregadas de erotização, feminilidade e panteísmo.

ARCEBISPO É CONTRA

D. Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, assim como D. Moacyr Grechi, arcebispo emérito da capital, assinaram manifesto contra as propostas do presidente Temer (PMDB), contidas nas “reformas” do trabalho e da presidência em tramitação no legislativo.

Os líderes religiosos seguem revelações de pesquisas que mostram a indignação da maioria da população com as reformas tentadas por Michel Temer, apesar de – até aqui em Rondônia – boa parte da mídia, insistir na versão de que só os sindicatos estão insatisfeitos com elas.

EVANGÉLICOS

Das lideranças evangélicas no estado, nenhum posicionamento. Os evangélicos rondonienses tem importante papel no desfecho das urnas (elegendo até políticos da qualidade do Nilton Capixaba) mas são notoriamente apoiadores de quem está no governo.

DESMORALIZAÇÃO

A manifestação realizada no último dia 28 em Porto Velho foi aquém das expectativas. Nem por isso deixou de ser significativa, especialmente no momento da passeata, quando conseguiu uma adesão de cerca de 10 mil pessoas. Nas redes sociais é visível a tendência de desmoralizar o movimento, seguindo a ótica da grande mídia de entidades patronais.

GATILHO

Numa análise desapaixonada, pode-se acreditar que a manifestação do dia 28 em Porto Velho é uma espécie de gatilho para novas manifestações da opinião pública, capaz de acuar os membros da classe política que votaram com Temer e contra a classe trabalhadora, podendo abreviar o final da carreira dos políticos que sempre estão do lado que a vaca deita.

NOME NOVO

Héverton Alves de Aguiar é nome conhecido e respeitado entre seus pares do Ministério Público. Ele tem se destacado no combate ao crime de corrupção praticado por gestores públicos rondonienses. Agora o nome de Héverton ganha aparece para engrossar a relação de prováveis candidatos ao governo em 2018. O que eram meras suposições no meio político ganhou tons de realidade, com o próprio Héverton confessando não descartar que corrida sucessória está nos seus planos.

AGENDA FAVORÁVEL

Dia desses a coluna considerou que o surgimento de “outsider” para disputar a sucessão estadual pode embaralhar ainda mais o cenário político do momento, dominado ainda por atores muito conhecidos e ao mesmo tempo desgastados. Mas não dá para afirmar ser possível repetir o que aconteceu na decisão da prefeitura municipal de Porto Velho no último ano, quando o “outsider” Hildon Chaves venceu com histórica votação o pleito no segundo turno. Diante das revelações mais recentes contra caciques da política local, especialmente no campo da corrupção e recebimento de propinas não dá para descartar que o cenário é propício a um nome completamente desligado da corrompida política do estado.

CHAVE

Mas convenhamos que se o principal caçador de corruptos do MP na atualidade tiver (ou adquirir) uma personalidade marqueteira, pode se transformou num personagem chave da disputa estadual. Essa personalidade foi logo identificada no até então desconhecido Hildon.

LUZ

Para ser candidato o pretende primeiramente precisa de um partido. De preferência um partido estruturado em todo o estado. Precisa também de recursos (a campanha para o governo, mesmo modesta, custa caro) e de uma equipe (que pode ser reduzida), mas bem untada, principalmente com gente experiente na coordenação. Até o momento não se sabe nada sobre essas questões em relação ao procurador de justiça Héverton. Mas, claro, o surgimento de seu nome no contexto atual dá o alento de que está surgindo a luz no fim do túnel.

MORRER NA PRAIA

Um nome desses, bem trabalhado, com boas articulações junto à opinião pública será um grande risco para as candidaturas de políticos tradicionais, já previamente postas, de nadarem até morrerem na praia, repetindo a história registrada na disputa pela prefeitura ano passado.

Se Héverton Alves de Aguiar estiver mesmo disposto a fazer essa via-crúcis da disputa eleitoral deve se lembrar de uma coisa: os pobres (o povão, se preferir) que votam (e é a maioria) têm dificuldades para distinguir entre joio e trigo. Em outras palavras: não basta ser trigo para ganhar o eleitorado. É preciso ter comunicação política de qualidade e um marketing bem feito. Foi exatamente essa dobradinha que fez de Hildon Chaves o prefeito da capital.

ADIVINHA QUEM VAI PAGAR

Se os eleitores de Porto Velho não pressionar seus deputados estaduais o contribuinte vai novamente pagar mais uma conta absurda para uma manjada espécie de turismo de seus representantes estaduais. Na verdade essa não é a primeira versão dessa sinecura. Em outras edições praticamente mais da metade dos parlamentares rondonienses aproveitaram essa abertura, e acompanhado de assessores, mulheres (e, dizem, até amantes) e outros agregados viajaram para destinos turísticos bancados com o dinheiro do contribuinte.

CONVITE NAS MÃOS

O convite para os parlamentares rondonienses já chegou. A Unale, sigla da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais “convidou” todos para participarem de encontro marcado para Junho (um mês antes do recesso) em Foz do Iguaçú. Não se sabe se dessa vez, com o parlamento sob a presidência do deputado Maurão de Carvalho vai ser tudo liberado (inclusive gordas diárias) para todos, incluindo-se ai os aspones.

Comentários

  • 1
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    vitorio abrão 02/05/2017

    se for mesmo para acabar com os corruptos ai esta um bom candidatos, o restante da administração é so se cercar de bons tecnicos, e com certeza fara um bom governo.

  • 2
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    DELEGADO FIGUEIREDO 02/05/2017

    Não entendo o por quê do colunista dar tanta profundidade ao seguimento religioso no que se refere a decisões políticas do executivo e do legislativo, já que constitucionalmente o Estado brasileiro é laico. Já que no que se refere as tais manifestações sindicais, se fizermos uma análise mais profunda verificaremos que os caras na verdade não querem é perder as boquinhas e mordomias, custeadas pelo tal imposto sindical, uma excrecência da era Vargas.

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