O que vai sobrar de Bolsonaro como alma penada
Bolsonaro é mais do que um perdedor, é um fracassado, escreve o colunista Moisés Mendes
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Carla Carniel)
Nem a extrema direita perde muito com o fim da Bolsonaro, a partir da sua previsível e irreversível condenação pelo TSE.
Bolsonaro condenado e inelegível será um traste que poderá revelar, muito antes da campanha à eleição municipal do ano que vem, qual é a sua serventia.
E a chance de utilidade política de Bolsonaro como cabo eleitoral só existirá se o terceiro governo de Lula for um desastre.
Não um mau governo, tampouco um fracasso, mas um desastre. Lula teria de se esforçar para que o país vivesse uma catástrofe.
Só assim Bolsonaro poderia ter a chance, não a certeza, de que poderia sobreviver. Não há sobrevida garantida para Bolsonaro.
A direita desatucanada precisa se livrar dele para repensar a vida. O centrão, depois de fingir que está pagando a conta, vai saltar fora e abandonar Bolsonaro, ou todos morrerão juntos com um perdedor.
Os militares não ganham almejando uma sobrevida para Bolsonaro. O sujeito é o afogado que, quanto mais espernear, mais vai puxá-los para o fundo do pântano.
Nem a extrema direita ganha com um Bolsonaro baleado. Velhas e novas direitas dependerão mais de Tarcísio de Freitas do que de Bolsonaro, e Tarcísio só existirá como projeto nacional sem Bolsonaro.
A condenação no TSE e a inelegibilidade serão apenas o começo do que virá depois, com o julgamento de outros crimes, como os denunciados em duas ações pelas falas agressivas e covardes contra a deputada Maria do Rosário.
O fascismo não conseguirá carregar Bolsonaro nas costas por muito tempo como um soldado já sem pernas. Para sobreviver, o próprio bolsonarismo terá de deixar Bolsonaro para trás.
Toda a estrutura que deu suporte a Bolsonaro e dele se beneficiou não existe mais. Não há funcionalidade no bolsonarismo com Bolsonaro fora do poder.
Bolsonaro condenado e transformado em cabo eleitoral é, apenas por gratidão do PL, uma criatura provável só na cabeça de Valdemar Costa Neto.
O que sobrará do bolsonarismo com um Bolsonaro baleado será a faixa própria do fascismo mais fiel, que tentará se reorganizar na eleição de 2024.
Mas Bolsonaro será incapaz de organizar uma motociata com duas dúzias de motoqueiros. Não conseguirá reunir mais do que 20 tios no coreto de qualquer cidadezinha.
Será uma alma penada e vai mais assombrar do que contribuir com alguma coisa de útil para quem esteve com ele até agora.
Bolsonaro foi uma gambiarra que não deu certo. Não conseguiu se viabilizar para um segundo mandato, não teve forças para criar um partido e foi incompetente ao tentar dar um golpe.
A base de sustentação de Bolsonaro passa a ser dos alinhados com a ideia do fracasso glorioso. Bolsonaro é mais do que um perdedor, é um fracassado.
Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.
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