O senador afastado Aécio Neves, do PSDB, é mesmo um cara de pau, como tantos outros de sua laia. Acha que todo mundo é otário a ponto de acreditar em contos de fadas. Tanto é verdade, que postou um vídeo nas redes sociais dizendo-se injustiça e sacaneado pelo empresário Joesley Batista, sócio da JBS.

Antes de divulgar o conteúdo do áudio em que o tucano aparece pedindo-lhe dois milhões de reais de propina para pagar seu advogado na Lava Jato, Joesley era um camarada bonzinho, um santo homem, um amigo para todas as horas. Agora, porém, na visão de Aécio, não passa de um gangster, um escroque, que armou uma arapuca para prejudicá-lo.

Aécio não é néscio. Ele pode até pretender fazer os outros de bobo, mas não o é. Por isso, devia saber muito bem que investir contra o empresário, tentando desqualificá-lo, não o ajudará em nada. Pelo contrário, só complicará ainda mais a sua situação.

Até o momento, as inúmeras oportunidades que o tucano teve de produzir sua defesa foram vãs. O que se viu foi a tentativa desesperada de desmerecer as acusações. A busca de anular evidências tem sido exercício infundado, cuja mais visível consequência e o seu aprofundamento no charco.

A opinião pública, sobretudo os mais de 51 milhões de brasileiros que votaram em Aécio na eleição para a presidência da República, está perplexa. A essa altura do campeonato, só o reconhecimento do erro, somando a um pedido de desculpadas à sociedade, não são suficientes. Melhor reconhecer que sua carreira política chegou ao fundo do poço, pegar a viola e ir tocar em outra freguesia.

O plenário precisa agir. E rápido! Por muito menos, o ex-senador Delcídio do Amaral foi preso e, posteriormente, cassado. As protelações deliberadas, as manobras e chicanas, a tentativa explicita de tumultuar um processo que a população acompanha com vivo interesse, nada disso pode ser tolerado, a pretexto de resguardar o direito de defesa do senador afastado Aécio Neves.