O suplício de quem precisa andar de ônibus em Porto Velho

Sem nenhum poder de decisão no preço da tarifa, o usuário de transporte coletivo de Porto Velho não tem outra saída a não ser disputar um lugar nos ônibus.

Valdemir Caldas
Publicada em 11 de julho de 2017 às 13:21

Sem nenhum poder de decisão no preço da tarifa, o usuário de transporte coletivo de Porto Velho não tem outra saída a não ser disputar um lugar nos ônibus, em sua maioria, superlotados, que circulam pela cidade.

A guerra começa logo cedo, a caminho do trabalho. E muitos patrões não aceitam como desculpas pelo atraso a falta de transporte. Enquanto isso, oitenta pessoas tentam se acomodar num veículo que deveria conduzir, no máximo, sessenta.

Espremidos, como sardinha em lata, passageiros de bairros como JK, Tancredo Neves, Mariana, Ulysses Guimarães, Socialista, Caladinho, Jardim Santana, entre outros, padecem, diariamente, ao entrar num ônibus.

A superlotação, no entanto, não é o único problema. A sujeira chega a causar asco. A maioria dos veículos está, literalmente, caindo aos pedaços. Janelas emperradas, assentos danificados, campainhas com defeitos, freios que produzem um barulho insuportável, pneus carecas, enfim, um caos.

Na opinião de um passageiro, viajar de ônibus em Porto Velho é uma via-crúcis, ou, então, provar um pouco do inferno. Com gente saindo pelo ladrão, o ar torna-se insuportável. Se entrar é um problema, mas difícil é descer. Crianças e idosos são as maiores vítimas. Em passado não muito distante, era comum retirar-se uma fileira de bancos dos corredores de alguns ônibus, para acomodar mais passageiros em pé, proliferando, assim, os chamados “carros-de-boi”.

Entra governo, sai governo, é o sofrimento de quem precisa andar de ônibus em Porto Velho só aumenta. Na hora de reajustar a passagem sobram críticas e faltam ações concretas que, de alguma maneira, contribuam para, pelo menos, amenizar o problema.

No final, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, ou seja, no bolso furado do usuário, enquanto os que deveriam defendê-lo permanecem inertes, como se vivêssemos no mundo encantado da fantasia, onde tudo é lindo, belo e maravilhoso.

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