O vice-prefeito Edgar do Boi teve um mérito ao afastar-se da prefeitura

Se fosse esperar a decisão do próprio prefeito em afastá-lo da administração, certamente comprometeria a imagem e até projetos patrocinados por Hildon Chaves.

Gessi Taborda
Publicada em 23 de maio de 2017 às 17:05
O vice-prefeito Edgar do Boi teve um mérito  ao afastar-se da prefeitura

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FILOSOFANDO

“Creio que a verdade é perfeita para a matemática, a química, a filosofia, mas não para a vida. Na vida contam mais a ilusão, a imaginação, o desejo, a esperança.” ERNESTO SÁBATO (1911/2011), chegou a ser doutor em Física, mas tornou-se mais conhecido como romancista, artista plástico e ensaísta argentino. Ao ganhar o prêmio Cervantes de Literatura (1984) tornou-se um dos maiores autores argentinos do século XX.

É O QUE DIZEM

Temer não escapa, mas não será preso. Os irmãos Batista, que não têm cargo, pagarão com a liberdade. Por muito tempo.

LADO POSITIVO

O vice-prefeito Edgar do Boi teve um mérito  ao afastar-se da prefeitura. Se fosse esperar a decisão do próprio prefeito em afastá-lo da administração, certamente comprometeria a imagem e até projetos patrocinados por Hildon Chaves. Nesse episódio, cabe agora à prefeitura informar se os óbolos até então destinados ao vice estão cortados.  

AJUNTAMENTO

Por ter tomado e anunciado o afastamento antes de providencias do prefeito, certamente a realização da coletiva de imprensa para tratar desse assunto, no gabinete do prefeito, na noite do último sábado expôs – embora nem todos assessores de Hildon concordem – uma situação inusitada: o prefeito precisa fazer com a máxima urgência uma sintonia fina no seu “staff” para se livrar dos idiotas (afinal, pela formação que tem, Hildon não merece isso) que dão ao secretariado a aparência de ajuntamento de despreparados para suas funções.

CONVERGÊNCIA

Hildon Chaves não tem nenhuma obrigação de acreditar nessa premissa, mas para a coluna ele deveria reavaliar se a formação do atua secretariado é fruto de uma convergência de ideias, de programas e de compromissos levando em conta a valorização da ética, ajustados às exigências de realizar programas, de solucionar problemas.

É claro que o governo de Hildon não se converterá por sua vontade pessoal, num acampamento confortável para quem recebeu propina (mesmo disfarçada) ou favores de grupos manjados como é o caso da JBS.

MERCADO FUTURO

Entretanto, numa máquina pesada como é a prefeitura, há sempre a possibilidade de personagens censuráveis conseguirem bons guichês para receber propinas ou negociar, no mercado futuro eleitoral, compensações ajustadas aos interesses que representam. Será que métodos antigos de coletas ainda persistem, permitindo, por exemplo, que praças, calçadas e demais logradouros públicos continuem sob o domínio do comércio pirata, de contrabando e da camelotagem?

BÚSSOLA ROUBADA

O prefeito, diante dos últimos fatos, não deve correr riscos desnecessários, principalmente com figurantes ocupando o andar de cima, que acuados na sinuca de bico das revelações de compra de políticos se adiantam para revelar que “a minha verba” foi do tipo “devidamente contabilizada”. Outra vez mais, de forma despretensiosa, o alerta foi dado. Num cenário onde as instituições de um modo geral estão falidas, o prefeito Hildon é como um veleiro em alto mar, de quem não a bússola não pode ser roubada.

DE BRASÍLIA

O fato da fita da conversa de Temer com Joesley ter sido editada ou não agora faz pouca diferença. E para completar o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o emissário de Temer para receber dinheiro das propinas, segundo a delação da JBS, entregou à Polícia Federal a mala com R$ 500 mil que estava desaparecida. Tudo está se confirmando. A situação de Temer é cada vez mais insustentável. Se Loures falar acabou para Temer.

ARTIFICIAL

À exceção de um pequeno grupo no Planalto, todos já discutem o pós-Temer. E só. O que ainda segura partidos como PSDB e DEM ao presidente, e dá uma sobrevida apenas artificial a sua gestão, é a inexistência (ainda) de um nome consensual para substitui-lo. Não dá para sair de um barco sem ter para onde pular.

FIAPO

No Planalto e partidos governistas há gente aferrada à esperança de uma salvação para o governo no STF, com a corte suspendendo o inquérito contra Temer ao julgar amanhã o recurso presidencial. A chance, se existe, é um fiapo. O presidente já caiu na Lava Jato. E o que se viu ou ouviu até agora não é o total de sua participação.

VINGANÇA

Pessoas que eram frequentadores contumazes do escritório político de Edgar do Boi antes de seu eleição para vice-prefeito não escondem, agora, o sentimento de ferocidade contra o presidente regional do PSDC diante da revelação de que ele era beneficiário das propinas da JBS.

Essas pessoas demonstram o desejo de vingança contra o dirigente partidário e não sua simples punição judicial.

SEDIMENTAÇÃO

Um observador perspicaz das movimentações políticas rondonienses segredou para a coluna um movimento inusual na seara das Igrejas. Para o observador a Igreja Universal demonstra vontade de ampliar sua presença na política rondoniense dentro de uma convergência do PRB e PSB capaz de influir diretamente na escolha do próximo governador.

ASFALTAMENTO

Programa de asfaltamento urbano da prefeitura lançado ontem pelo em Porto Velho vai atender, em sua primeira fase, cerca de 70 ruas em 17 bairros, acabando com vários pontos de alagamento e atoleiros. Nos próximos dias o prefeito lançará outros dois programas de infraestrutura urbana que incluem drenagem, pavimentação asfáltica, construção de meio-fio, sarjeta e calçadas. O informe é da coordenação de mídia do prefeito.

Comentários

  • 1
    image
    Telma Rodrigues 23/05/2017

    Até os assustados bagres do Madeirão sabem que a propina paga pelos donos da FRIBOI em RO não se destinou apenas ao BOI que se exonerou...e ao chegado do prefeito, Sr. Clodoaldo. Espera-se que todos sejam responsabilizados, e , principalmente, que o erário seja reembolsado.

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