O Waterloo de Bolsonaro

Napoleão Bonaparte escreve a Lula

Fonte: Alex Solnik - Publicada em 14 de julho de 2025 às 15:13

Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

“Caro presidente Lula, se eu fosse o senhor, dispensaria IMEDIATAMENTE o marqueteiro Sidônio Palmeira e colocaria Donald Trump em seu lugar. O senhor nunca teve um marqueteiro mais eficiente. Com um tuíte só, ele derrubou quatro bolsonaristas de uma vez. O primeiro deles, Jair, agradeceu pelo tarifaço. Como pode um ex-presidente (e que se julga ainda presidenciável) dizer obrigado a quem ferrou o seu país? Ele deveria dizer que não se importa de ser preso, contanto que o tarifaço seja cancelado. Mas isso, se ele fosse um estadista como eu fui. Tudo pela França! Imagino a reação dos empresários do agro, que financiam bolsonaristas, ouvindo de Eduardo a recomendação de mudar suas empresas para os Estados Unidos. Ou de Flávio, sugerindo que o STF deveria se dobrar a Trump. Ou do governador Tarcísio, cogitando que Bolsonaro deveria ir a Washington negociar o tarifaço. No meu tempo, todos sabem o que aconteceria com eles. Hoje, a consequência é apenas política. A suposta candidatura de Tarcísio à Presidência vai ficar na suposição. Jair Bolsonaro, além de ser preso em poucas semanas, ainda ganhou o rótulo de traidor da pátria, tal como seus filhos. Não acho que você deva retaliar. O Brasil não tem o cacife da China. É melhor jogar parado. Os próprios empresários americanos vão pressionar Trump. A tarifa absurda vai forçá-los a importar produtos de outros países por um preço maior. Internamente, o senhor ganhou um presentaço. Se o tarifaço permanecer, o Congresso não terá como recusar o aumento do IOF. Se a inflação voltar, a culpa será do gangster internacional, não de Lula. Se os juros não baixarem, idem. O seu caminho para a reeleição está pavimentado. O senhor só não será reeleito se errar mais que eles. O que, convenhamos, é quase impossível. Acredite em quem já foi destronado: este é o Waterloo de Bolsonaro. E um último conselho: não atrapalhe seu inimigo quando ele está errando”.

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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