Oncogenética ajuda na prevenção de câncer hereditário, explica oncologista
O médico Ramon Andrade de Mello afirma que 10% dos tumores cancerígenos têm herança familiar
Estimativas científicas mostram que aproximadamente 10% dos casos de câncer estão associados a mutações que podem ser herdadas. “Já é possível identificar essa predisposição por meio do mapeamento genético. Isso permite atuar preventivamente e administrar os riscos associados ao desenvolvimento da doença”, esclarece o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
Cada vez mais presente no dia a dia dos consultórios dos oncologistas, a oncogenética estuda os impactos das mutações hereditárias na incidência e biologia dos tumores. “Com um diagnóstico positivo, podemos iniciar uma orientação específica para o paciente com um acompanhamento preventivo e individualizado”, esclarece Ramon Andrade de Mello.
O oncologista ressalta que a identificação de neoplasias em uma fase com maiores chances de cura pode até mesmo evitar a adoção de terapias com maiores efeitos colaterais, como a quimioterapia: “Pessoas com histórico familiar de câncer podem passar por uma avaliação oncogenética para mensurar as probabilidades da neoplasia. Se detectarmos mutações no DNA, podemos adotar medidas preventivas evitando o desenvolvimento de um câncer no futuro”.
Segundo ele, os pacientes com resultado negativo não estão fora de risco para um diagnóstico futuro de tumores oncológicos: “Os fatores genéticos devem ser levados em consideração, mas o câncer também é resultado de características ambientais e da qualidade de vida. Por isso, a prevenção nesses casos também se faz necessária”.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO).
Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
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