SÃO MAIS DE 600 RONDONIENSES DISPUTANDO APENAS 34 CADEIRAS, DO GOVERNO À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

E no Parlamento estadual, quantos manterão seus mandatos e quantos novos surgirão das urnas?  Tomara que o eleitor escolha os melhores, porque nosso Estado não pode correr o risco de andar para trás, depois das últimas décadas de avanços e progresso

Sérgio Pires
Publicada em 17 de agosto de 2022 às 18:32
SÃO MAIS DE 600 RONDONIENSES DISPUTANDO APENAS 34 CADEIRAS, DO GOVERNO À ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Vai demorar ainda alguns dias para que a Justiça Eleitoral libere, oficialmente, os nomes dos candidatos aptos a disputa da eleição desse. Até o prazo final, a segunda–feira passada, dia 15, nada menos do que 604 rondonienses tinham pedido aval do TRE para concorrerem. Todos vão concorrer a apenas 34 vagas. No pacote, há pelo menos uma mudança já oficializada. Foram registados oito candidatos ao Senado; oito primeiros suplentes e oito segundos. Só que, já quase no final do prazo, a irmão do ex-governador e senador Confúcio Moura, Cláudia Moura, cancelou seu registro como concorrente ao Senado, optando por disputar uma cadeira à Assembleia Legislativa. Obviamente seus dois suplentes também não entraram na corrida, fazendo com que o número definitivo de candidatos ficasse em 604. São sete candidatos ao Governo e seus sete vices; mais sete ao Senado, com seus 14 suplentes; 160 se aventuram nas concorridas oito cadeiras da Câmara Federal, ou seja, 20 candidatos por vaga e outros 409 que querem uma das 24 cadeiras da Assembleia, com 17 postulantes para cada uma delas. Na principal disputa local, a do governo do Estado, a única dúvida até agora gira em torno do nome do ex-governador Ivo Cassol, que está na campanha, com o aparato legal de ter, a seu favor, uma liminar do STF, permitindo que ele participe do pleito. Até que haja decisão posterior, Cassol está candidatíssimo. A princípio, não haverá dificuldades (até agora não há qualquer informação em contrário) de que os demais postulantes corram algum risco de ficar fora da disputa, por questões legais.

Tão previsivelmente disputada voto a voto quanto a corrida pelo Governo, a disputa ao Senado deve ser, também, uma das mais emocionantes, desde que Rondônia passou a eleger seus representantes. Dos três senadores atuais, um está fora da disputa, por decisão do STF e outro concorre ao Governo (Marcos Rogério). Ele e Confúcio Moura ainda têm mais quatro anos de mandato, a partir de 2023. Alguns dos nomes mais poderosos da nossa política querem a única vaga ao Palácio Rio Madeira/CPA. Outros, da mesma estirpe, querem a unção das urnas para nos representar no Senado. Está começando, enfim, uma das eleições mais incríveis que o rondoniense já participou. Dos 160 nomes que querem chegar à Câmara, fazendo parte da nossa bancada federal, três dos atuais deputados não concorrem à reeleição. Jaqueline Cassol e Mariana Carvalho vão ao Senado; Léo Moraes ao Governo. Dos outros cinco (Lúcio Mosquini, Coronel Chrisóstomo, Silvia Cristina, Mauro Nazif e Expedito Netto), quantos retornarão? E no Parlamento estadual, quantos manterão seus mandatos e quantos novos surgirão das urnas?  Tomara que o eleitor escolha os melhores, porque nosso Estado não pode correr o risco de andar para trás, depois das últimas décadas de avanços e progresso.

LIMINAR DE CASSOL ENTRA NA PAUTA NO STF NO DIA 26, POR DECISÃO DE ALEXANDRE DE MORAES

A notícia mais quente da quarta-feira, nos meios da Justiça Eleitoral e da disputa em Rondônia, pelo peso e relevância do candidato, foi a decisão do ministro Alexandre de Moraes de agendar para o próximo dia 26, uma sexta-feira, em uma semana, portanto, o reinício da votação, pelo pleno do STF, do caso Ivo Cassol. Recorde-se que Cassol está concorrendo graças a uma liminar concedida pelo ministro Nunes Marques, há alguns dias. Pouco depois, houve a decisão de trazer o assunto para discussão no Pleno. Logo em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, que nesta terça assumiu também a presidência do TSE e é quem vai comandar o pleito nacional, pediu vistas do processo, tirando-o da pauta. A partir daí, não havia qualquer previsão para que o caso fosse analisado novamente. No meio da tarde desta quarta, contudo, Moraes bateu o martelo e colocou novamente a discussão sobre a liminar de Cassol na pauta. O tema está agendado para entrar em discussão no dia 26 e terá sete dias para ser votado. Ou seja, no prazo máximo de 2 de setembro, exatamente um mês antes do pleito do primeiro turno, se saberá, em definitivo, se Cassol poderá manter ou não sua candidatura. Seus aliados e eleitores têm certeza de que ele conseguirá. Os adversários, em peso, querem, de forma uníssona, que o STF negue o registro. A eleição em  Rondônia é uma com Ivo Cassol e outra, totalmente diferente, sem ele!

MAIORIA DOS CANDIDATOS A VICE É DESCONHECIDA ENTRE OS ELEITORES RONDONIENSES

Entre os candidatos a vice-governador, neste pleito de Rondônia, há mais gente desconhecida do grande público do que figuras já carimbadas da nossa política. O personagem que tem mais estrada na vida pública é o três vezes deputado federal Anselmo de Jesus, parceiro de chapa de Daniel Pereira, candidato da chamada Frente Popular, dos partidos de esquerda de Rondônia. Também conhecido, mas fora do noticiário e da política local há longo tempo, o ex-secretário de Finanças do Estado, José Genaro, é o parceiro de Ivo Cassol, seu amigo pessoal há anos e de quem foi secretário e é aliado há longos anos. O terceiro personagem não tem ainda um nome estadual, mas é bastante conhecido em sua região, o Cone Sul do Estado. O Coronel Rildo, vice de Léo Moraes, já foi candidato à Prefeitura de Vilhena, sua cidade, com boa votação. Os outros quatro, senão desconhecidos, são figuras públicas que só agora aparecem com algum destaque, perante o grande público. A começar pelo vice do governador Marcos Rocha, Sérgio Gonçalves, um técnico, mas nunca antes um político. A médica Flávia Lenzi, vice de Marcos Rogério, já era conhecida na política sindical, como líder dos médicos rondonienses. Aparece agora como companheira de chapa do senador que quer ser governador. Os dois nanicos também apresentam nomes desconhecidos, sempre em relação ao grande eleitorado. São duas mulheres: Michele Tolentino, vice de Pimenta de Rondônia e a Sargento Milene Barreto, vice do Comendador Queiroz.  

UMA CORRIDA COM CINCO NOMES COM POTENCIAL PARA GANHAR O SENADO E DOIS FRANCO-ATIRADORES

Fechou também a relação ao Senado. Serão pelo menos cinco nomes, muito fortes, com chances reais e outros dois, representando pequenos partidos, atuando na relação como franco-atiradores, com pouquíssimas chances de sucesso. A deputada federal Mariana Carvalho chega à disputa muito poderosa, com dois mandatos muito produtivos na Câmara Federal e está entre as opções mais quentes, para outubro. Vem com seu pai, o médico e empresário Aparício Carvalho como primeiro suplente e o megaempresário do ramo dos supermercados, João Gonçalves, como segundo. É a do grupo que quer levar Marcos Rocha a mais um mandato. Já Jaime Bagattoli teve que batalhar para ser o Senado do PL de Marcos Rogério. Conseguiu, depois de muito esforço. Ou seja, internamente, no seu partido, já teve a primeira vitória. O pastor Sebastião Valadares será seu primeiro suplente e o empresário Deep Rover, como segundo. Jaqueline percorre o Estado com otimismo, afirmando que será mais um Cassol no Senado. Lá já estiveram seu irmão, Ivo Cassol, por dois mandatos e seu pai, Reditário Cassol, por alguns meses, como suplente de Ivo. Os suplentes de Jaqueline são o empresário Chico Raposo da Novalar e João Durval. Ele estava candidato, desistiu, desistiu de desistir e agora está na disputa. Expedito Júnior, do PSD, está entre os nomes mais citados na corrida ao Senado. Tem chances reais. Seu primeiro suplente é o conhecido advogado Andrey Cavalcante e o segundo, Paulo Moraes Júnior, irmão do candidato a Governador Léo Moraes. Também forte neste pacote de nomes do primeiro escalão da disputa, Benedito Alves seria suplente de Acir Gurgacz. Como o senador está impedido de entrar na disputa, Benedito passa a ser o titular e a esposa de Acir, Ana Maria, será sua primeira suplente. Ainda disputam a vaga o Pastor Josinélio, pelo PMB e a advogada Rosângela Lázaro, pelo Agir.

FINALMENTE ASSEMBLEIA CASSA GERALDO E EMPOSSA BOABAID COMO NOVO DEPUTADO

Demorou. E demorou muito. Mas, finalmente, até pela firme intervenção direta do presidente Alex Redano, que não queria a imagem do poder que ele comanda manchado, por descumprir decisão judicial, o mandato do agora ex-deputado Geraldo da Rondônia foi cassado. O caso se arrastou por longo tempo, mesmo depois de cumpridas todas as decisões da Justiça, em todas as instâncias, determinando a perda dos direitos políticos e, portanto, da cadeira na ALE, do controvertido parlamentar de Ariquemes. Foi um longo trabalho em busca da correção da anomalia, até porque há quase um ano, os representantes legais do agora novo deputado, Jesuíno Boabaid (do escritório liderado pelo experiente e competente advogado Juacy Loura Júnior), batalhavam para que fosse concretizado o afastamento de Geraldo e, como ocorreu agora, assumisse seu cliente. Como Geraldo fora, o grupo político liderado por ele, na região de Ariquemes, está lançando o filho do ex-parlamentar, Mateus da Rondônia, como candidato à Assembleia, na eleição de outubro. Jesuíno Boabaid era o suplente da vaga e agora concluirá o período da atual legislatura, que se encerra em 31 de janeiro do ano que vem. O também controvertido político, liderança da PM rondoniense, também concorrerá à reeleição. 

O RITUAL DAS PROMESSAS DA CAMPANHA COMEÇA COM ENCONTRO DOS CANDIDATOS NA OAB RONDONIENSE

Há muitos anos, a campanha eleitoral não começa de verdade antes que os candidatos ao Governo cumpram um ritual quase sagrado: o de participar de um evento promovido pela seccional de Rondônia da OAB, onde, todos bem comportados e seguindo um rígido ritual, juram por todos os santos que farão uma campanha limpa, de propostas e de alto nível. Outras promessas são feitas e cumpridas, mas esta, obviamente, raramente se mantém quando o calor da campanha passa para a efervescência. Neste ano, a OAB acrescentou também o que chamou de “Pacto em Defesa da Democracia e Combate à Desinformação nas Eleições”, com os candidatos garantindo que respeitarão os preceitos democráticos (há algum risco de que eles não o façam?) e que não comunguem com as Fake News, que é uma tradução óbvia da “desinformação”. Todos os sete que disputam o Governo prometeram cumprir à risca tudo o que foi proposto e ainda, um por um, tiveram alguns minutos para falar dos seus planos de governo. Presentes, autoridades da Justiça Eleitoral e do Ministério Público, numa solenidade importante, comandada pelo presidente da OAB, Márcio Nogueira. Seria uma maravilha se tudo o que foi combinado lá na OAB se transformasse em prática...

DEBATES DECISIVOS: SIC TV/ RECORD AGENDA CONFRONTOS DE CANDIDATOS PARA SETEMBRO E OUTUBRO

Entrevistas na rádio e na TV, sabatinas dos candidatos e os debates, que nos últimos pleitos, têm ajudado a decidir eleições em Porto Velho e em Rondônia, quando vão ao ar pelo Grupo SIC/Record. E isso vai se repetir novamente, com uma série de participações dos postulantes ao Palácio Rio Madeira/CPA nas emissoras do grupo, tanto na Capital como no interior, atingindo mais de 90 por cento de toda a população rondoniense. O primeiro grande debate na SICTV, ocorrerá a seis dias da eleição do turno inicial da disputa, em 23 de setembro, uma sexta-feira, a partir das cinco da tarde. Já para o segundo turno, o que se prevê que acontecerá, pela ferrenha batalha eleitoral que se prevê, o debate da SIC e da Record ocorrerá a partir das nove e 15 da noite, um domingo, a duas semanas da votação decisiva. Como já ocorreu nos últimos debates da emissora, eles serão comandados pela competente jornalista Meiry Santos. Os embates entre os candidatos serão transmitidos, ao mesmo tempo, pela rede de emissoras de rádio da Parecis FM.  Os candidatos também vão participar de debates e entrevistas tanto na programação televisiva quanto da Rádio Parecis.

DESEMBARGADOR DÁ CALA BOCA A ELEITORMESMO QUE ELE FLAGRAR ERRO GRAVE EM URNA ELETRÔNICA

Censura. Cala a boca. Sem direito a opinião. Quando o exemplo vem de cima, vale tudo neste país onde setores importantes das instituições decidiram impor suas vontades, mesmo que e à revelia dos mais básicos pilares da Constituição do nosso país. Dependendo da vontade e da interpretação do magistrado, o brasileiro pode ou não dar sua opinião, criticar, xingar ou o que quer que seja, perdendo sua plena cidadania. Para alguns ministros do STF, por exemplo, é criminoso quem põe sob suspeita o sistema atual das urnas eletrônicas. Ora, se eles disseram que as urnas são ótimas e que é proibido colocá-las sob qualquer tipo de suspeito, porque desembargadores e juízes de primeira instância não fariam a mesma coisa? Ora bolas, se um ministro pode, por que que eles não podem? Foi o que fez, por exemplo, o desembargador Elton Leme, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, segundo o site R7, da Record. Sua Excelência ameaça mandar prender em flagrante o eleitor que “eventualmente causar tumulto, por alegar que digitou um número na urna, mas outro apareceu. Ou seja, mesmo que constate um erro da urna, o eleitor está proibido de fazer a denúncia? O R7 questiona: “caso, de fato, ocorra um imprevisto desses, mesmo que hipoteticamente, o eleitor deve se calar, temendo por sua liberdade”? É isso que estamos vivendo no Brasil de hoje, embora ainda com tais arroubos ditatoriais vindos de apenas uma pequena parcela do Judiciário. Mas, e se a moda pega?

PERGUNTINHA

O que você imagina que dois dos mais importantes nomes da política rondoniense, que são fortes adversários na disputa pelo Governo, cochichavam, no encontro da OAB, nesta semana?

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