(*) Valdemir Caldas

Os problemas que cercam o sistema de saúde municipal são antigos. Se a situação era ruim no governo do ex-prefeito Mauro Nazif, piorou ainda mais na administração Hildon Chaves. Aliás, não há outro setor que revele profunda deterioração nos serviços que prestam quanto o da saúde.

Muitas foram as propostas até agora apresentadas para tentar evitar o completo caos do atendimento à população, mas nenhuma delas conseguiu evitar que se estabelecesse a calamidade pública, ainda não oficializada por decreto, porém reconhecida por quem já buscou socorro nas unidades do município.

Logo que assumiu, o doutor Hildon foi aconselhado pelo Mágico de Oz, a mexer na estrutura organizacional da prefeitura. Para descentralizarem as compras, foram criadas a Superintendência Municipal de Gastos Públicos (SMGP) e a Superintendência Municipal de Licitação (SML), mas, pelo que se tem visto e ouvido, o tirou saiu pela culatra.

Em vez de cumprirem a função para a qual foram criadas (qual seja, dar mais celeridade ao processo licitatório, principalmente no que se refere à aquisição de materiais e insumos para a saúde), as superintendências se transformaram em estorvos na administração Hildon Chaves. Nem aliados do prefeito estão mais aguentando tanta incapacidade. Já tem gente, inclusive, ameaçando abandonar o barco do tucano, antes que ele afunde de uma vez no mar revolto da incompetência.

Melhor fazê-lo, agora, porque, se deixar para decidir perto das eleições municipais, pode encomendar o velório. Mais triste, contudo, é verificar que calamidade é a própria consideração que o chefe do poder executivo municipal dispensa aos problemas de um dos setores mais sensíveis de qualquer governo. Onde está o prefeito no momento em que a população mais precisa dele? Onde está o prefeito Hildon Chaves que não vê o que acontece na saúde?