Os deuses devem estar loucos

Alguma estranheza com o que está acontecendo, nesse  imenso pardieiro que se tornou a Nação brasileira, e que abriga no seu comando os dejetos mais repugnáveis que trafegam num fétido esgoto?

Professor Edilson Lôbo, da Unir
Publicada em 21 de maio de 2017 às 10:40

A  delação do grupo JBS pirou o cabeção de muita gente e deixou outras tantas, no mínimo, sem dormir.

Tão logo o petardo explodiu, os seus efeitos se irradiaram de forma devastadora.

Foi um corre corre para as explicações mais ordinárias.

Como esse episódio é uma ação em movimento, qual jogo de xadrez, cada um ,à sua maneira, tenta escolher ou arquitetar a melhor jogada para colocar em xeque mate o seu oponente, ou,  no mínimo, salvaguardar o seu próprio interesse.

Nessas condições, não faltaram as teorias conspiratórias, das mais absurdas e das mais engenhosas, para explicar as razões dos proprietários da empresa delatora, e de como a toda poderosa organizações Globo inverte a lógica do seu noticiário denuncista, com um furo de reportagem tão bombástico.

Realmente, é para tirar o fôlego, sufocar a respiração e perturbar o juízo, como dizia minha mãe, de quem tem o rabo prezo.

O mais interessante desse abominável infausto foram as reações e o posicionamento de cada implicado, ou dos seus asseclas, à medida que os tentáculos da delação iam atingindo um a um, os seus estratos córneos.

Ouviu-se de tudo. Haja teoria conspiratória. É o inominável Lula, com o seu braço direito Fri Boi, querendo detonar o governo Temer. É a Globo, atuando no vermelho, já vislumbrando o próximo ocupante do Planalto,  marcando seu território para sempre se firmar como um grupo de mídia que tira e coloca presidente.  É o núcleo duro do PSDB, detonando Aécio, para pavimentar a candidatura de João Dória. Foi uma jogada de mestre da JBS, pois ao criar essa turbulência na política e por conseguinte no mercado, lucraria com a compra de ações à vista, para vendê-las com a alta do dólar, proporcionado pela crise (aqui, há uma argumentação razoável).

As versões iam se modificando, se reconstituindo e até  derretendo à medida que a dinâmica da delação era posta em movimento, fazendo surgir outros fatos e impondo nova dinâmica.  Isso por uma razão muito simples: a conta ainda não fecha.

Quem estava fora passou a estar dentro da delação. Como explicar que alguém metido nas entranhas da corrupção  possa montar o seu próprio calvário?

O bate cabeça continua e ainda vai dar muito pano para a manga, ou para a cadeia.

Esqueceram apenas do fundamental. A constatação mais deplorável, mais abominável, mais desprezível do nosso processo histórico. Somos uma Nação cuja constituição orgânica do Estado, de seguimentos poderosos que dirigem esse País, de frações predominantemente hegemônicas e que dão as cartas e os rumos do Brasil, estão impregnadas, tomadas, absolutamente inundadas de bandidos, larápios, marginais e falsários.

Não estranha que ao fazer acordo com os da sua laia, n'algum momento alguém passará a rasteira, para se dar bem, ou salvaguardar o seu pescoço. Essa é a lógica do submundo.

Alguma estranheza com o que está acontecendo, nesse  imenso pardieiro que se tornou a Nação brasileira, e que abriga no seu comando os dejetos mais repugnáveis que trafegam num fétido esgoto?

Comentários

  • 1
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    João K 21/05/2017

    Marx (1818–1883), já profetizava: Todo ´´Sistema`` auto se destrói. Esta Irmandade se deu mau. Vamos aguardar a próxima GALERA.

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