Os rumores sobre a morte de Bolsonaro ainda são precipitados
A um só tempo, abandona o fracasso neoliberal e vira tocador de obras
Não vi o Jornal Nacional. Apenas li as mensagens, que foram repassadas pelo Moro. Mais cedo, escutei sua fala na demissão, em que ele disse que, depois de descansar, procuraria emprego.
A primeira coisa que me ocorreu foi: se você fosse um headhunter contrataria alguém que grava os e-mails do chefe para usar como prova e depois sai correndo para vazar parar o Bonner? (Cuidado, Doria, Witzel, Mourão... qualquer um que seja o contratante).
A segunda coisa que salta aos olhos é o diálogo com a Zambelli, em que ele diz que “não está à venda”, ao receber a proposta de aceitar um novo diretor da PF em troca da indicação para o STF. Sob medida para a construção do super-herói.
Minha percepção é: ao apostar que o governo Bolsonaro será marcado por depressão econômica e a catástrofe do covid-19, Moro fez um cálculo político e decidiu antecipar sua campanha presidencial de 2022, com apoio de uma Globo duramente atingida pela crise.
Bolsonaro percebeu a jogada e no seu pronunciamento desta sexta-feira pintou Moro como um político egoísta e ambicioso. Disse até que, se ele queria ser presidente, deveria ter sido candidato em 2018. Colou em Moro a pecha de concorrente e traidor.
O caminho natural para Moro é filiar-se ao Podemos, de Álvaro Dias. Entrar no PSDB seria muito bandeiroso. E Bolsonaro, que ainda tem Record, SBT e talvez CNN, voltará a fazer lives nos próximos dias como se nada tivesse acontecido.
Com a pandemia, ele também terá a oportunidade de se livrar de Paulo Guedes e relançar o PAC, rebatizado como Pró-Brasil. A um só tempo, abandona o fracasso neoliberal e vira tocador de obras. Portanto, os rumores sobre sua morte são precipitados.
O power point de Bolsonaro/Moro
Ontem a peça de Dallagnol inspirou outro slide de power point, mas ridicularizando o discurso patético em que Bolsonaro tentou responder às acusações de Bolsonaro
Saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça tem reação imediata no Senado
Senadores fizeram críticas ao governo Jair Bolsonaro
Comentários
Seja o primeiro a comentar
Envie Comentários utilizando sua conta do Facebook