Ou o país reage ou vamos entregá-lo ao crime organizado e às facções criminosas

O Primeiro Comando da Capital, o famigerado PCC, anuncia uma campanha nacional para cooptar novos membros. A meta é trazer para o crime um novo “irmão” a cada hora.

Sergio Pires
Publicada em 02 de agosto de 2018 às 11:21

O Primeiro Comando da Capital, o famigerado PCC, anuncia uma campanha nacional para cooptar novos membros. A meta é trazer para o crime um novo “irmão” a cada hora. No final do ano, serão milhares de novos integrantes da maior, mais organizada, mais cruel e mais terrível organização criminosa que atua em todo o Brasil, inclusive aqui em Rondônia. Todos os atuais membros e os novos, pagarão com suas vidas, caso não sigam rigorosamente os estatutos do Comando. O PCC quer rivalizar em tamanho e poderio com o CV, o Comando Vermelho, outra organização muito poderosa que, em algumas regiões do país, como em Rondônia, ainda é maior.  De dentro dos presídios, inclusive os de segurança máxima, como o de Porto Velho, os chefões de várias facções comandam o crime. Determinam tudo e suas ordens são obedecidas cegamente. O crime não está isolado da sociedade. Pelo contrário, está ligado umbilicalmente a ela, na medida em que se organiza nas cadeias e, de dentro delas, dita e impõe suas regras, suas normas. E decide quem deve viver e quem deve morrer. Hoje, segundo levantamentos oficiais, existem nada menos do que 83 facções criminosas atuando dentro dos presídios brasileiros. Matam-se entre si, esses facínoras, o que aparentemente não significa perdas para a sociedade. Só aparentemente. Porque os que sobrevivem ficam cada vez mais poderosos e cada vez mais duros e cruéis. A vida dos outros, para eles, nada significa.  A bandidagem de dentro das cadeias, dando as ordens e a bandidagem, do lado de fora, as cumprindo. Esse é o jogo mortal, resumindo como funciona o falido e destruído sistema prisional brasileiro.

E o que está sendo feito para combater tudo isso? Há uma mobilização nacional de autoridades de todos os naipes; de todos os poderes, do governo central e dos Estados; das polícias em todos os níveis, para acabar com essa ameaça real à destruição da nossa sociedade?  Todos sabemos a resposta. O que existe, de concreto, é a ação dos defensores dos direitos humanos dos bandidos, inclusive com apoio de parte da mídia, vociferando contra qualquer ação que possa ir contra a organização que eles mantém dentro das cadeias. O que existe, de concreto, é que o crime organizado começa a investir pesado em políticos que possam defender seus interesses, nos parlamentos. De real, mesmo, só ações de benemerência aos bandidos; de leis que os protejam e que impeçam a sociedade de reagir à altura da violência a que é submetida. É por isso que discursos extremistas, como o do presidenciável Jair Bolsonaro, acabam mexendo tanto com os brasileiros. Que não suportam mais ver o crime organizado tomando conta do País, sem que suas autoridades, do Executivo, do Legislativo, do Ministério Público, do Judiciário e de todas as áreas, entre os que poderiam fazer alguma coisa, continuarem apenas fazendo belos discursos, cada um dizendo que está cumprindo a sua parte, mas permitindo, na prática, que os bandidos assumam o controle de muita coisa neste país. Agora é a  hora de reagir. Antes que seja tarde demais.

O PT SE DECIDE

O PT realiza nesta quinta sua convenção, em Porto Velho. O partido está dividido entre duas posições. Parte quer ter candidatura própria (e aí o nome será o do jornalista Paulo Benito) e parte quer fazer alianças, apoiando provavelmente Acir Gurgacz, para receber, em troca, uma possibilidade do segundo voto dos esquerdistas que compõem a coligação de Acir, para a candidata ao Senado, Fátima Cleide. É ela a única e principal preocupação do partido, que, sabendo das enormes dificuldades eleitorais que terá, imagina que, concentrando todo o esforço em Fátima e mobilizando a militância, poderá dar a ela a chance de voltar a ocupar uma cadeira senatorial. O PT lançará também vários nomes para a Câmara Federal e uma nominata de pelo menos dez postulantes à Assembleia. Suas maiores chances são do ex Padre Ton, que pretende voltar ao Congresso, via Câmara Federal e, no parlamento estadual, a reeleição de Lazinho da Fetagro, seu presidente regional, que teve um primeiro mandato muito positivo.

LÉO MORAES FECHARÁ COM O MDB?

Várias convenções estão marcadas até domingo.. Além da do PT, nesta quinta, entre várias outras, tem a da Rede, sexta, no Senac. O PR realiza a sua em Ariquemes, no sábado e o PRB se encontra no Kabana´s, em Porto Velho, também no sábado, às 15 horas. Já o PV, comandado por Luizinho Goebel, que busca a reeleição como deputado estadual por Vilhena, tem encontro marcado domingo, a partir das 8 horas da manhã, na Assembleia Legislativa. No sábado, 9h horas, tem o encontro do PSOL, na sede do partido, na rua Miguel Chaquian. No mesmo domingo, também na Capital, mas no Bingool Clube, 9 horas  da manhã, Léo Moraes comanda a convenção do Podemos. É uma das mais esperadas, porque deverá definir os rumos que o próprio Léo, a maior  - única? – liderança da sigla vai tomar. Cotado, em todas as pesquisas, para ocupar uma cadeira na Câmara Federal, o jovem político não conseguiu formar uma nominata que o ajude a chegar lá. O que se ouvia nesta quarta, é que Léo se aliaria ao grupo do MDB, levando toda a sua força política para o partido que já tem Marinha Raupp e Lúcio Mosquini como entre os mais fortes para se reelegerem. Outro nome cotado para aliar-se aos emedebistas como candidato a federal é o conhecido Pastor Valadares. Tudo, por enquanto, é apenas conversa. O martelo ainda não foi batido.

AS ASAS CRESCIDAS DO PRB DE GARÇON

É bom que se fique de olho e não se subestime a força do Partido Republicano Brasileiro, o PRB, nascido e criado com todo o apoio dos evangélicos da Igreja Universal. É o partido que mais tem crescido no país. Sua bancada federal já conta com 22 deputados federais e dois senadores. Elegeu Marcelo Crivela como prefeito do Rio de Janeiro, a segunda maior e mais importante cidade do país. Também em Rondônia o PRB se expande Tem o deputado federal Lindomar Garçon, candidatíssimo à reeleição e dois deputados estaduais (Alex Redano, de Ariquemes e Ezequiel Júnior, de Machadinho do Oeste), que também vão em busca de mais um mandato. Além disso, vai lançar o vereador Edésio Fernandes, pastor da Universal e experiente político, com vários mandatos inclusive em cidades do interior de São Paulo, como seu nome do partido ao Senado. Na convenção deste sábado à tarde, no Kabana´s, Garçon, Edésio e sua turma vão decidir também se caminharão sozinhos ou ainda se aliarão a algum partido. A única possibilidade aberta ainda, entre os grandes partidos, seria uma aliança com os tucanos de Expedito Júnior, que só tem um candidato ao Senado (Marcos Rogério) e poderiam abrir a segunda vaga para Edésio. Sabe-se que até essa quarta, as conversas entre os dois grupos estavam avançadas. Mas a confirmação oficial, se ocorrer, será mesmo só na convenção do partido, nesse sábado. Caso fechasse, a coligação iria com três nomes muito fortes para a disputa da Câmara: Mariana Carvalho, Expedito Netto e o próprio Garçon. Conseguiria eleger os três?

EXPEDITO FALA COM OS DINOS

Nesta sexta-feira, o ex senador Expedito Júnior vai falar pela primeira vez como concorrente ao Governo, já que seu nome deve ser homologado pela convenção do PSDB, do DEM e do PSD neste domingo, na Fimca. Expedito vai participar do programa Papo de Redação, com os Dinossauros do Rádio, uma das atrações da mídia rondoniense com maior audiência em todo o Estado. Dois dos candidatos já estiveram no programa, uma das maiores atrações na  Rádio Parecis FM (do meio dia às 14 horas, de segunda a sexta e do meio dia às 14 na SICTV/Record, aos sábados): Acir Gurgacz e Maurão de Carvalho. Até a eleição, todos os principais candidatos deverão também estar com os “Dinos”, já que o programa dará espaço igual a todos, não só porque essa é uma política da empresa que o abriga, como para cumprir as orientações da Justiça Eleitoral. No encontro desta sexta, Expedito vai falar publicamente pela primeira vez sobre sua opção de disputar o Governo e não o Senado e dos seus planos para buscar a vitória nas urnas, em sua segunda tentativa de ser Governador de Rondônia. Isso se nada mudar até lá....

BOLSONARO EM RONDÔNIA

Pesquisas internas dos partidos, de grupos e de políticos, individualmente, são realizadas todos os dias. Poucas são registradas na Justiça Eleitoral, porque a intenção delas não é a divulgação, mas conhecer o pensamento do eleitor nesse momento. No quadro estadual, as coisas ainda não estão claras. Mas já na questão da disputa presidencial, todas as pesquisas, sejam oficiais ou não, apontam para o nome de Jair Bolsonaro como o preferido na grande maioria das cidades rondonienses. Em algumas, com percentuais surpreendentes. Lula vem bem atrás. Em terceiro, pelo menos em duas dessas pesquisas internas, vem o “Não Sei” e em quarto lugar, o voto em branco. Só a partir daí é que entram os demais postulantes. Claro que é uma posição do momento, em que a campanha sequer começou. Mas que a realidade de hoje é essa, poucos duvidam. Bolsonaro surge no cenário político do Estado como o que larga na bem à frente. Contudo, tem ainda muita campanha pela frente. Com apenas oito segundos na propaganda eleitoral gratuita, ele certamente perderá muito espaço para outros candidatos, como o tucano Alkmin, que terá 12 vezes mais tempo que o representante do PSL.

RENOVAÇÃO OU REELEIÇÃO?

Nas redes sociais, só se fala em renovação na política. Centenas e centenas de candidatos se apresentam, pedindo apoio por serem “novos”, por apresentarem novas ideias e serem o caminho para as verdadeiras mudanças, como se autodeclaram.. Isso vem de longe. Mas o que diz a vida real? Só para se ter ideia, na última eleição, mais de 70 por cento dos atuais deputados federais foram reeleitos. A história da renovação era a mesma de hoje, praticamente. Numa campanha rápida como a atual, a tendência é que não haja uma eleição, mas sim uma reeleição, já que o eleitor poderá se posicionar a favor dos nomes de quem já conhece e não de desconhecidos. É apenas uma teoria, claro, porque as urnas sempre podem surpreender, mas ela está encaixada na realidade dos últimos pleitos. Noventa por cento dos atuais deputados federais são candidatos á reeleição, alguns pela terceira ou quarta vez. Em Rondônia, a Assembleia Legislativa tem sido um pouco diferente. A renovação tem sido bastante alta. Na última eleição, chegou mais de 70 por cento. Mas já nessa legislatura, onde o parlamento funcionou bem e teve muitos destaques, esse percentual deve baixar bastante. Enfim, são apenas teorias e ilações. Vamos ver depois que as urnas forem abertas, o que elas mostrarão...

PERGUNTINHA

Geraldo Alkmin, Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, Marina Silva, Joao Amoêdo, Álvaro Dias, Guilherme Boulos ou Lula (se ele sair da cadeia e puder ser candidato): você já sabe em que votaria para ser o novo Presidente do Brasil?

 

Comentários

  • 1
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    edgard feitosa 02/08/2018

    Lulla, além de corruPTo, está preso; Alkmin vendeu a alma ao diabo,pois fez acordo com todos os partidos de direita, loteando, antecipadamente os ministérios; portanto, será apenas um refém nas mãos dos congressistas; Bolsonaro é louco; Marina é fantasma: só aparece quando há eleição, depois toma doril; Bouolos, faz invasões em todos os apartamentos, menos os de propriedade de seu pai; Será que Deus é Brasileiro????

  • 2
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    Ademar 02/08/2018

    Perguntinha boba, presidiário não será candidato, ou seja, de onde se tem essa idéia.

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