Outra razão do perdão de Jair Messias

Além de uma afronta inédita ao Supremo Tribunal Federal, a iniciativa de Jair Messias pode abrigar, porém, um outro motivo de força maior: um hábito permanente de Daniel Silveira

Eric Nepomuceno
Publicada em 25 de abril de 2022 às 14:47

Flávio, Jair, Eduardo e Carlos BolsonaroSobram razões para concluir que o perdão concedido por Jair Messias a um bandoleiro musculoso chamado Daniel Silveira foi elaborado cuidadosamente para ser aplicado caso dois dos filhotes presidenciais, o deputado federal Eduardo e o criador de uma função antes inexistente, o vereador nacional Carlos (eleito na cidade do Rio de Janeiro, ele mora em Brasília), sejam condenados pela Justiça.

Além de uma afronta inédita ao Supremo Tribunal Federal, a iniciativa de Jair Messias pode abrigar, porém, um outro motivo de força maior: um hábito permanente de Daniel Silveira.

Deputado mais que obscuro, o especialmente grosseiro parlamentar é detestado pela imensa maioria de seus pares, os da direita mais radical inclusive. 

E qual seria esse hábito negativo e permanente que fez dele figura detestável? 

Gravar de maneira secreta conversas, telefonemas e reuniões, e depois usar essas gravações como forma de pressão para alcançar seus objetivos.

Silveira foi denunciado por vários outros deputados e funcionários do governo, que relataram que ele inclusive gravou muitas de suas conversas com o próprio Jair Messias e com dois de seus filhos, o senador Flávio e o deputado Eduardo.

Assim, ao conceder a tal “graça” presidencial, Jair Messias não apenas deixou claro o que fará quando chegar a hora e a vez de seus filhotes, como mandou um claro recado a Daniel Silveira: fica quieto aí no seu canto.

Não creio que se trate apenas de uma hipótese: quando se lida com gente da laia tanto da família presidencial como de Daniel Silveira, tudo é possível.

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