Pais super-heróis rondonienses descrevem sentimentos em relatos emocionantes
Quando o trabalho é dividido entre mãe e pai, além de ficar mais rico, ele fica mais fácil
Daniel Santos com sua família de quatro filhos comemorando o dia dos pais
“Não se nasce pai, torna-se pai. Criar e cuidar de uma criança são tarefas árduas que exigem esforço, tempo, dedicação e muita paciência. Por isso, não deve ser responsabilidade única da mãe. Quando o trabalho é dividido entre mãe e pai, além de ficar mais rico, ele fica mais fácil. Pai e mãe devem participar de todo o processo de desenvolvimento, onde a função paterna vai muito além de ajudar a mãe a cuidar dos filhos”.
Esse texto de um autor desconhecido, reflete muito bem o que os pais querem dizer sobre o amor fraternal, que nasce com a chegada de um filho e nem todos possuem laços sanguíneos, outros são pais sem planejar, alguns planejam tanto que nada sai como querem, mas sim como o futuro e Deus prevê, e descrevem esse sentimento em relatos emocionantes.
ALÉM DO SANGUE
Quando Daniel Santos conheceu a sua filha, ela já tinha dois anos de idade, o relacionamento que poderia ser frustado por não ser filha de laço sanguíneo guarda uma grande surpresa. Daniel se apaixonou pela mãe da Ana Julia e claro pela neném, que hoje completa 13 anos de idade. “Um dia a gente em casa, ela virou pra mim e me chamou de pai, antes de eu casar com a mãe dela e isso ganhou meu coração, lógico. Nós já estávamos de casamento marcado e eu sempre tive esse cuidado com ela, esse carinho como se fosse minha filha biológica”.
“Temos uma relação legal com o pai biológico, graças a isso ela tem seis avós e temos uma convivência muito legal”, garante o pai da Julia. Daniel curtiu tanto a ideia de ser pai, que resolveu então dar não somente um, mas três irmãozinhos para a menina. “Hoje nossa família cresceu, somos uma família com quatro filhos, Ana Julia, Lucca, Levi e Joana Eliza, e nisso fechamos nossa contribuição com a população, graças a Deus todos saudáveis e com uma convivência legal”, fala orgulhoso da família.
VIRTUDE À RESIGNAÇÃO
Heitor e Helena comemorando o aniversário do papai João
João do Nascimento e Gelciane da Costa estão juntos há 22 anos. O maior sonho do casal era ter pelo menos um filho e já estava nos planos que a adoção seria uma ótima saída, já que devido a problemas hormonais a esposa não conseguia engravidar. “Nesse período, tentamos adotar e estávamos no caminho certo, foi então que em 29 de abril de 2015, durante um persistente tratamento, ela finalmente engravidou do Heitor, foram 16 anos de espera, e ele veio. Nós não esquecemos a ideia de adotar uma criança, só esperamos um pouco, em menos de dois anos descobrimos a gravidez da Helena, ela nasceu em 10 de janeiro de 2018, agora temos um casal, Helena e Heitor, nomes inspirados no filme “Tróia”, mas minha mulher quer outro menino, provavelmente esse será adotado. Agora já sabemos por onde seguir, eu sou um pai muito presente, às vezes pego o carro só pra passear com eles durante essa pandemia, só pra ver eles felizes. É muito amor envolvido por esses meninos e se Deus quiser, acabando tudo isso, se não der certo outra gravidez, o terceiro vem adotado”, relata o pai do casal.
BODAS DE CRISTAL
O maior presente no dia que Helder completou 15 anos casado com a esposa, veio em forma de telefonema.”Tenho dois filhos homens e nem tentamos uma terceira gravidez para vir uma menina, porque com certeza viria outro homem. Minha esposa, na época, falava para as amigas que tinha vontade de um dia abrir a porta e encontrar uma cestinha com uma criança dentro. Isso não aconteceu”.
No dia do aniversário de 15 anos casados, pela manhã, a surpresa para o casal, um telefonema de uma pessoa oferecendo uma menina com um mês de vida. A mulher atendeu e esperou Helder chegar do trabalho e contar o grande milagre. “Falei para ela que devíamos falar com nossos filhos, que já estavam com 15 e 13 anos, respectivamente, para saber da opinião deles. Ficamos receosos deles não aceitarem. Porém nossa surpresa em saber da resposta deles, que imediatamente concordaram, e já queriam ir buscar. No fim da tarde o telefonema se repetiu e a pessoa queria saber da nossa decisão. Falamos que queríamos, e ela nos disse o local do encontro. Fomos ao local indicado e pegamos a nossa filha, somente com uma fralda descartável e sapatinho nos pés. Isso era sábado e feriado, o comércio estava todo fechado, não havia onde comprar nada. Por acaso o supermercado estava aberto e pude encontrar uma camisa bem pequena e, por incrível que pareça, era do fluminense, meu time do coração”, relata.
Ao comentar no trabalho sobre o ocorrido para os amigos, novamente outra grande surpresa aconteceu. “Ganhamos muitas roupas, que depois tive que doar para as vizinhas, pois não dava conta de tanto que ganhamos”.
Sem perder muito tempo o casal foi até o juizado e, através de uma assistente social, os trâmites do pedido de guarda provisória e posterior adoção aconteceu. “Hoje ela tem conhecimento de ser adotiva, convive muito bem com o fato. Ela está com 21 anos de idade, cursando o último semestre de ciências da computação. Somos agradecidos a Deus pelo lindo presente. A convivência dela com meus filhos foi e sempre será excelente. Eles são dois guardiões dela”.
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