Palitot denuncia no MP venda de acervo da EFMM
Autoridades já foram oficialmente informadas do caso e responsáveis poderão serem punidos nos rigores da lei
Descoberta na última semana, a venda de material histórico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, chocou portovelhenses e autoridades. Denúncias posteriormente comprovadas, davam conta que o material retirado dos trilhos do quilometro três e quatro, foram encaminhadas como ferro velho para sucateiros.
Em uma apuração prévia, realizada por um portal de notícias da capital, o vice-presidente da Associação dos Ex-Ferroviários (Asfemm), disse que a entidade estaria à frente do Projeto de Revitalização de um trecho da EFMM, ressaltando que todas as peças faziam parte de uma lista levantada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que “constatou peças consideradas como inservíveis, sem qualquer chance de restauração ou reutilização”.
Ainda segundo as informações, “todo o dinheiro somado com a venda desse material já considerado sucata seria revertido para a compra de dormentes e outras peças para acelerar o andamento da revitalização da Estrada de Ferro. Esse material que já estaria perdido, continuaria sua saga na EFMM através dessa ação”, afirma denúncia.
Através das redes sociais o caso ganhou repercussão e alarmou toda a população da cidade. Ativista culturais, historiadores, defensores da EFMM e autoridades atentas aos fatos cobravam uma postura do Poder Público responsável.
Valores
Defensor contumaz da história e da cultura Portovelhense, o vereador Professor Aleks Palitot, foi eleito no último pleito, tendo como uma das suas principais propostas de campanha a revitalização e valorização do acervo da EFMM.
“Um povo sem história não é povo é bando e nós não somos bando, somos destemidos pioneiros, como cantado no hino de nossos Estado, é necessário que se dê o devido valor e reconhecimento a nossa história e nossas raízes”, afirma o edil.
Em 2017 uma de suas primeiras ações, já como parlamentar, foi pleitear junto ao Executivo a reforma da Praça da Estrada de Ferro. Iniciava assim uma epopeia à que se uniram diferentes poderes e esferas na busca de receita que possibilitassem a revitalização do espaço.
O Poder Executivo e a iniciativa privada, através de compensações fecharam a parceria para o projeto. Uma importante vitória do para a população portovelhenses que aguardam com ansiedade a entrega de seu patrimônio.
Resgate
Segundo grande marco de seu trabalho surgiu por meio da parceria com os ferroviários, representados pelo seu presidente, José Bispo de Morais para a recuperação da litorina. Através de parcerias com a iniciativa privada e pessoas que se solidarizaram com o projeto, o sonho foi além.
Agora o trabalho realizado tinha o objetivo de reacender na memória dos cidadãos portovelhenses, a noção de como era a viagem de litorina pelos trilhos da Madeira Mamoré. Através do empenho e dedicação do vereador e ex-ferroviários, além das infinitas parcerias, surgiram os primeiros frutos. A associação ganhou uma pequena estação ao estilo e uma modesta renda para arcar com seus eventuais custos.
Agora, a perspectiva de melhorar ainda mais levou o vereador a pensar na criação de um trade turístico que interligasse a estação da litorina ao complexo gourmet da Vila da Candelária aperfeiçoando o ciclo de economia criativa integrando restaurantes e lojas de artesanatos para recepção de turistas na capital.
Com o êxito nas ações anteriores, foi possível a renovação de parcerias junto com o Executivo Estadual e Municipal e com a iniciativa privada, além do investimento do Professor Aleks Palitot. Maquinas e homens trabalhando na limpeza e recuperação do trecho de acesso que interligaria a Vila da Candelária à Estação da Litorina que novamente se concretizaria com o passar dos dias.
Anomalias
Com a litorina parada no mês de dezembro e sem ter recursos, embora em teoria houvesse saldo positivo, alguns membros da associação não gostaram de serem cobrados por suas ações. Foi quando o vereador Aleks Palitot recebeu a informação da venda do acervo como sucata, algo que o indignou.
“Soubemos que o chassi de um antigo vagão foi cortado com maçarico e as peças empilhadas à beira da estrada de acesso para a ferrovia e que durante à noite, uma caçamba recolhia todo material e fazia a entrega deste como se fosse sucata”, conta Palitot.
“Conversei com a Superintendente do Iphan, Delma Batista que afirmou que o orgão autorizou a venda apenas das peças catalogadas”, ressaltou o edil. "Desde 2017 temos buscado levar ao Executivo, ao Ministério Público e ao Iphan quesitos que envolvem a preservação de patrimônios de nossa cidade e Estado, que pela falta de políticas públicas não recebiam manutenção adequada, o que resultou em sua deterioração.
A Funcultural também foi procurada pelo vereador e seu presidente afirmou que não havia nenhuma autorização por parte da Fundação para este tipo de transação comercial e que também irá apurar os fatos.
“Aproveitamos ainda a visita realizada ao Ministério Púbico do Estado (MP/RO), na manhã desta terça-feira (29) para falar dos últimos acontecimentos, das quais tomamos conhecimento na sexta-feira e levar ao MP a denúncia de roubo de peças da EFMM", afirmou Palitot.
Foi encaminhou ainda ao vice-presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, um documento cobrando esclarecimentos sobre o que de fato está acontecendo nas vendas de peças catalogadas, em tese consideradas como sucata pelo Iphan.
Segundo Palitot, “o representante em exercício da associação devem explicar o que ocorreu em relação a venda dessas peças e como se deu este processo, já que se trata de acervo histórico. Para isto encaminhei um ofício cobrando explicação que serão muito bem apuradas”, garantiu Palitot.
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