Pandemia e o futebol no pós-Coronavírus

Enquanto uma vacina e/ou remédios não surjam no horizonte de maneira cem por cento efetiva e conferindo segurança absoluta tanto a jogadores, quanto a torcedores e trabalhadores envolvidos, é isto o que teremos: eventos de natureza desportiva ao vivo, sim, como em todas as outras épocas, mas com o espectador em casa, a salvo

Redação
Publicada em 09 de junho de 2020 às 09:19
Pandemia e o futebol no pós-Coronavírus

Nós não percebemos exatamente como foi, mas, de repente, num estalar de dedos, todos os eventos que costumávamos presenciar em reuniões com amigos em churrascadas noite afora ou mesmo em casa, no conforto do lar, puff, escafederam-se. Com bet apostas você aposta no seu time do coração sem sair de casa.

A razão?

A pandemia do novo Coronavírus (SARS-CoV-2), que, além de nos aquartelar em nossas próprias residências como medida de prevenção de ordem sanitária nos tirou também da presença  visual rotineira  – ainda que distante – dos nossos atletas favoritos. Atletas estes que há pouco se movimentavam ao vivo e em profusão pelas nossas telas em televisões e smartfones.

O fascínio nutrido pelos times prediletos vai dando espaço à angústia, a olhares esperançosos lançados ao relógio mesmo sabendo que a marcha lenta do tempo ruma a conta gotas, como as igualmente vagarosas viradas proferidas a dedos em formato de pinça nas páginas grudadas do calendário.

Mesmo assim, o futuro para o esporte mais popular do mundo não é tão incerto. Algumas ligas europeias, como a Alemã, que já começou, mas também os campeonatos Espanhol e Inglês, agendados, rascunham, por ora, regresso vagaroso, mas convincente, palpável.

A diferença estará certamente no acompanhamento da torcida nos estádios, aquela conferida de maneira corpórea, e, óbvio, também na ausência do esturro coletivo que costuma alavancar os plantéis, especialmente, claro, o time da casa.

Enquanto uma vacina e/ou remédios não surjam no horizonte de maneira cem por cento efetiva e conferindo segurança absoluta tanto a jogadores, quanto a torcedores e trabalhadores envolvidos, é isto o que teremos: eventos de natureza desportiva ao vivo, sim, como em todas as outras épocas, mas com o espectador em casa, a salvo.

Aliás, é muito provável que muitos de nossos velhos hábitos sejam reciclados; quem sabe, daqui pra frente, até mesmo a famigerada máscara não nos acompanhe sempre do portão para fora?

Mas a vida sem o barulho do apito, a incerteza, a angústia no peito de quem acompanha uma final conquistada após séries de jogos via mata-mata, ahhh, sem isso é impossível viver. Faz parta da felicidade, é recreativo, dá sentido à monotonia do cotidiano ordinário: e é imprescindível às quartas-feiras em todos o território nacional.

É um regozijo psicológico saber que a bola irá rolar, e, mais, ainda, que não será partida reprisada – com narração recolocada, inserida por cima de um VT de 1996, quando Marcelinho Carioca ainda batia faltas – e acertava o ângulo –, no Pacaembu.

O futebol ao vivo pressupõe essencialidade à higidez emocional, à conservação da psique. É um alento à morbidade social vivenciada atualmente, algo que, daqui a algumas décadas, poderá servir de reflexo quando tivermos, enquanto seres humanos, balizas para compreender em que momento nós erramos e por que exatamente nos foi tirado o direito de conviver em grupo de maneira desordenada.

E que comece o jogo...

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