Hoje, minha conversa é com você servidor público do município de Porto Velho, categoria da qual me orgulho de pertencer. Sinceramente, cá entre nós, você ainda sonha com a possibilidade de o prefeito Hildon Chaves revigorar o quinquênio ou acha que ele colocou uma pá de cal nesse assunto?

Bom. Se você escolheu a segunda opção, acertou em cheio. Para o prefeito, essa história do quinquênio é fato consumado. Vale o que foi aprovado pelo plenário da Câmara Municipal. Quem ganhou, ganhou. Quem incorporou, incorporou. E quem esperava continuar recebendo o benefício até aposentar-se, pode tirar o cavalo da chuva. O leite foi derramado, não há mais como aproveitá-lo. E ponto final.

E não adianta cobrar do candidato a vereador que você ajudou a eleger. Ele não tem prerrogativa para legislar sobre o assunto, ou seja, devolver o quinquênio. E ainda que tivesse, dificilmente entraria numa queda de braço com o prefeito, por motivos óbvios. A independência entre os poderes só existe no papel. Na prática, porém, a coisa é completamente diferente. Observe o que vem acontecendo em nível federal, com a contenda entre o STF e a presidência da República. 

Sinto dizer-lhe, mas o quinquênio morreu e foi enterrado. E quem poderia trazê-lo de volta não tem o menor interesse em fazê-lo. Caso contrário, já o teria feito. Houve tempo suficiente para isso. Nos bastidores da política, ninguém fala mais no retorno do quinquênio. O palácio Tancredo Neves foge do assunto como o diabo da cruz. Por isso, meu caro amigo, amiga, servidor, servidora, aceite a ideia de que você perdeu o quinquênio para sempre, porque, para o prefeito, esse assunto está no passado.

Não pense que é fácil dizer-lhe isso. Dói-me profundamente, pois sinto na própria pele as agruras pelas quais passa a categoria, com a perda de conquistas e o achatamento dos salários. Levante a cabeça, novas eleições virão. Até lá, espero que você tenha aprendido a lição. Afinal, não há dificuldade que não traga aprendizado.