Partidos de aluguel
Sete milhões. Esse é o valor que a empresa Odebrecht teria pagado a cinco partidos (PDT, PP, PC do B, PR e Pros)...
Sete milhões. Esse é o valor que a empresa Odebrecht teria pagado a cinco partidos (PDT, PP, PC do B, PR e Pros), cada um, em troca de seu tempo de propaganda eleitoral na TV e no rádio durante a campanha de reeleição da petista Dilma Rousseff, segundo matéria publicada na página 53, da revista Veja, edição desta semana.
Para alguns, a denúncia apenas ratificou aquilo que muita gente já sabia, desde há muito, isto é, que a maioria dos partidos políticos, no Brasil, não passa de verdadeiros balcões de negócios escusos, onde seus dirigentes são os que mais lucram.
Calcula-se que existem no Brasil trinta e cinco partidos políticos. Isso é um absurdo, para não dizer um abuso. E só há um jeito de colocar uma baliza nessa barafunda: uma reforma política decente. Não uma reforma meia boca, como ocorreu nos governos FHC, Lula e Dilma e, agora, no do Temer, caso das reformas trabalhista e previdenciária.
Difícil, no entanto, é reformar alguma coisa com o Congresso que temos hoje, com suas principais lideranças envolvidas até a medula em denúncias de corrupção. Aliás, a rigor, não há no país lideranças políticas verdadeiras e capazes de reconstituir a Nação, a tranquilidade e a confiança no futuro.
Nas democracias civilizadas e politicamente organizadas, os partidos atuam como dínamos da vida nacional, buscando soluções para os problemas do povo. No Brasil, porém, a maioria dos partidos não passa de ajuntamentos de compadres, dominados por clãs, com seus vícios e manias, gravitando apenas em torno do poder para dele se beneficiarem. Não é à toa que a população perdeu a confiança nos políticos e nos partidos.
Considerando o que saiu na Veja, não é preciso muita engenhosidade para concluir que, se alguém quiser acumular fortuna sem fazer muito esforço, basta criar um partido político para viver nababescamente, saboreando as delícias do poder e tendo sempre ao alcance das mãos cargos e funções de confiança na administração pública para acomodar cabos eleitorais, parentes e aderentes.
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