Pediatra afirma que crianças devem ficar em casa e serem levadas às unidades de saúde apenas em casos de gravidade
É preciso observar o estado geral da criança e diferenciar os sintomas virais
Com a pandemia do Covid-19 e a orientação para a população ficar em casa neste período em que o vírus está circulando no Estado de Rondônia, os cuidados com os grupos de risco devem ser redobrados. Para os pais, a maior preocupação é com as crianças que, ingenuamente, estão sempre com as mãos na boca, nos olhos e no nariz.
Os especialistas em Saúde dizem que, além do isolamento para evitar a propagação do coronavírus, a higiene das mãos é essencial para barrar o contágio. Ensinar e ajudar as crianças a lavar bem as mãos com água e sabão ou sabonete é um hábito que deve ser repetido várias vezes ao dia.
Segundo o pediatra Daniel Pires, diretor adjunto do Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho, a recomendação médica é para que as crianças permaneçam em casa, seguindo todos os procedimentos de prevenção. Em casos de sintomas da doença, como dor de garganta, dor de cabeça, tosse seca, fadiga e febre constante, uma unidade de saúde deve ser procurada.
“Em vigência de sinais de gravidade o paciente deve ser encaminhado para o Pronto Atendimento José Adelino ou Ana Adelaide, ou as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) mais próximas de suas residências. Um dos sintomas graves é o aumento da febre, que fica mais alta e mais persistente. Passaram-se três dias, se a febre persistir é motivo para procurar o atendimento. A piora da tosse, com dificuldade respiratória, que é quando aumenta a frequência respiratória, ficando mais rápida e ofegante, também é sinal de gravidade, tanto para o coronavírus quanto para qualquer outro tipo de virose”, explica. O médico ressalta que o estado geral da criança deve ser observado.
“Se ela não se alimentar bem, apresenta vômito, fica ‘molinha’, não quer brincar, é, sim, necessário que se leve essa criança imediatamente para uma unidade de saúde para avaliação médica e classificação do risco, para tratamento correto e referenciamento”, esclarece o pediatra, Daniel Pires.
Para não haver superlotação nas unidades, seja no Cosme e Damião ou unidades municipais, o pediatra diz que deve-se diferenciar os sintomas de gravidade de gripes ou resfriados.
“A febre não é tão alta e não permanece por mais de três dias, não há dificuldade respiratória, ela brinca normalmente e consegue se alimentar, aí é só mesmo manter os cuidados como de qualquer virose, com medicação sintomática para febre, aumentar a ingestão de líquido, e o uso de solução salina (soro) para lavar as narinas em caso de secreção nasal. Não existe evidências científicas em relação ao uso de vitamina C na condução e evolução do prognóstico desses quadros virais, mas se quiser usar, mal não vai fazer”.
Para prevenir tanto o coronavírus quanto a qualquer outra virose neste período, o pediatra enfatiza a importância em manter os ambientes bem arejados, limpos, e evitar aglomerações. Se for necessário sair de casa, o álcool em gel substitui a água e o sabão em locais onde não há como lavar as mãos.
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