PF deflagra operação contra crimes em Terra Indígena, bloqueia milhões em bens e prende empresário

A Operação Êxodo foi originalmente deflagrada em 08/07/2020, com o propósito de combater esquemas criminosos de desmatamento e comercialização de madeiras extraídas de Terras Indígenas

Assessoria/Polícia Federal em Rondônia/RO
Publicada em 25 de novembro de 2020 às 15:20
PF deflagra operação contra crimes em Terra Indígena, bloqueia milhões em bens e prende empresário

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (25/11/2020), a segunda fase da Operação Êxodo, com o bloqueio de valores que alcançam a casa dos 6 (seis) milhões de reais e a suspensão da atividade de 12 (doze) empresas madeireiras, investigadas por atuarem na exploração ilegal de produtos retirados de Terras Indígenas em Rondônia.

Além de tais medidas, também foi deferido pelo Juízo da 3ª Vara da Justiça Federal em Porto Velho/RO a prisão preventiva de um dos empresários investigados, uma vez que restou comprovado que, depois sua prisão na deflagração da Operação Êxodo e soltura dias após, voltou a cometer ilícitos ambientais, gerando riscos à ordem pública.

A Operação Êxodo foi originalmente deflagrada em 08/07/2020, com o propósito de combater esquemas criminosos de desmatamento e comercialização de madeiras extraídas de Terras Indígenas. Na ocasião, cerca de 90 Policiais Federais deram cumprimento a sete mandados de prisão temporária e 32 mandados de busca e apreensão, com diligências em diversas cidades de Rondônia, incluindo Vilhena, Chupinguaia, Espigão do Oeste, Ji-Paraná, Cacoal, Colorado do Oeste e Pimenta.

Essa sequência de trabalhos da PF busca desarticular organização criminosa dedicada à exploração ilegal de madeiras oriundas de Terras Indígenas de Rondônia, em especial da TI Tubarão-Latundê, no município de Chupinguaia/RO. Ao longo das incursões realizadas, houve apoio da Polícia Militar de Rondônia, IBAMA e FUNAI.

Verificou-se a prática reiterada de fraudes que buscavam dar aparência lícita aos produtos florestais explorados ilegalmente, realizando, além do desmatamento das áreas de preservação, diversos outros crimes, como inserção de dados falsos em sistemas, falsidade ideológica, lavagem de capitais e organização criminosa.

O dano ambiental apurado supera o valor de 50 milhões de reais, conforme laudo pericial, gerado a partir da retirada ilegal de madeiras nobres como Ipê, Peroba, Cerejeira, Jequitibá, Angelim e Sucupira, resultando no desmatamento de milhares de hectares de área da União.

O montante bloqueado é de cerca de 6 milhões de reais para cada uma das 12 empresas e para 7 das pessoas físicas investigadas, concomitante ao bloqueio de diversos bens. Houve, também, a suspensão das atividades empresariais pelo prazo inicial de 120 dias.

O combate aos crimes ambientais e a proteção às comunidades indígenas, expostas a risco em função da entrada irregular de pessoas, segue como prioridade para a Polícia Federal, que está disponível para o recebimento de denúncias nos telefones 69-3316-1600 (Delegacia de Polícia Federal em Vilhena/RO) e 69-3216-6225 (Superintendência de Polícia Federal em Rondônia).

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