Polícia Civil faz alerta sobre "golpe" em Porto Velho
De acordo com investigação realizada pela DRACO, membros do grupo criminoso, após adquirirem informações pessoais dos pacientes, como o telefone de contato do responsável e o respectivo quadro clínico do familiar internado, passavam-se por médicos do nosocômio e solicitavam determinada quantia em dinheiro.
A Polícia Civil do Estado de Rondônia, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), finalizou nesta semana uma investigação (Inquérito Policial nº 27/2017 - DRACO), de quase 03 (três) meses, que culminou com a identificação de um esquema fraudulento que tinha como vítimas familiares de pessoas internadas em UTI´s de hospitais desta Capital.
De acordo com investigação realizada pela DRACO, membros do grupo criminoso, após adquirirem informações pessoais dos pacientes, como o telefone de contato do responsável e o respectivo quadro clínico do familiar internado, passavam-se por médicos do nosocômio e solicitavam determinada quantia em dinheiro, variando entre R$ 2.000,00 e R$ 5.000,00, destinada à realização de supostos exames não abarcados pelos planos de saúde (hospitais particulares) ou não disponibilizados pelo SUS (hospitais públicos).
Após diversas diligências, inclusive por meio de cautelares sigilosas, confirmou-se que os autores dos golpes eram presidiários, atualmente cumprindo pena em uma unidade prisional do interior do estado de Mato Grosso. Com acesso a aparelhos celulares dentro das celas, os criminosos, como peculiar ardil típico dessa espécie de criminalidade, conseguiam as informações necessárias para a execução da fraude nos próprios hospitais. De posse de tais dados, procediam à segunda fase do engendro criminoso, qual seja, o contato com o responsável do paciente.
Nesse contato com o responsável, um dos criminosos se identificava como o médico que estava acompanhando o familiar internado. O suposto médico inventava um quadro clínico grave que dependeria de exames especializados, geralmente não cobertos pelo plano (quando pacientes internados em hospitais particulares) ou não disponíveis na rede pública de saúde.
O responsável, já fragilizado com a internação do seu familiar, assustado com o quadro clínico criado pelo suposto médico, transferia dinheiro para contas bancárias indicadas pelo criminoso. As contas beneficiadas foram identificadas como pertencendo a pessoas ligadas aos criminosos.
Apesar de as vítimas residirem em nosso estado, a vantagem ilícita foi obtida quando da disponibilidade dos valores depositados nas contas correntes de agências situadas em cidades do interior do estado vizinho, ou seja, a consumação dos estelionatos se deu no local em que os valores entraram na esfera de disponibilidade dos criminosos. Logo, a atribuição para investigar os fatos e a competência para ulterior processamento dos criminosos pertence, respectivamente, à Polícia Judiciária e ao Juízo Criminal mato-grossense.
Assim, a DRACO solicitou ao Juízo Criminal local o compartilhamento de todas as diligências materializadas nessa investigação com a Polícia Judiciária da cidade em que estão recolhidos os criminosos identificados.
No fim, além de trabalho investigativo, que identificou e produziu diversos elementos de informação que certamente subsidiarão a responsabilização criminal desses estelionatários, fica um alerta a toda a população rondoniense, principalmente àqueles que têm familiares internados em UTI, para que não efetuem nenhum tipo de transferência ou depósito de valores atendendo a solicitação de médicos ou qualquer outros funcionários de hospital, supostamente para arcar com custas de exames, procedimentos ou cirurgias.
Se receberem qualquer ligação do hospital em que o familiar estiver internado, compareçam pessoalmente à unidade de saúde. Uma vez no hospital, não se confirmando as informações repassadas pelo telefone, procure imediatamente uma Delegacia de Polícia e registre uma ocorrência policial.
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