Polícia prende assessor do Fluminense e presidente da torcida do Flamengo

Segundo a Polícia Civil, três pessoas estão foragidas na operação deflagrada hoje.

Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil*
Publicada em 11 de dezembro de 2017 às 13:19
Polícia prende assessor do Fluminense e presidente da torcida do Flamengo

Artur é assessor direto do presidente Abad Foto: Reprodução

O assessor da presidência do Fluminense, Artur Mahmoud, e o presidente da torcida organizada do Flamengo, Raça Rubro-Negra, Alesson Galvão de Souza, foram presos hoje (11) na segunda fase da Operação Limpidus, que investiga irregularidades envolvendo representantes de clubes de futebol e de torcidas organizadas no Rio de Janeiro como a venda ilegal de ingressos (cambismo).

Também foram presos Leandro Schilling, coordenador da área da venda de ingressos da Imply, responsável pela confecção dos ingressos, além de dois funcionários da empresa. Segundo a Polícia Civil, três pessoas estão foragidas na operação deflagrada hoje.

De acordo com o promotor de Justiça Marcos Kac, do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público (MP), estima-se que, no mínimo, 200 ingressos por jogo eram repassados de forma irregular para as torcidas, incluindo os de meia-entrada e os dos sócios-torcedores.

“A investigação mostra a ligação espúria das diretorias dos clubes de futebol do Rio de Janeiro com os núcleos das torcidas organizadas através dos quais cediam uma grande carga de ingresso que era colocada à venda no câmbio negro”, disse Marcos Kac.

O promotor acrescentou que o objetivo da operação é combater a corrupção no futebol e diminuir a violência nos estádios e seus arredores. “Nada disso será possível se não estancarmos a sangria desenfreada de dinheiro que entra no seio dessas torcidas organizadas”.

Segundo o MP, representantes de clubes de futebol são acusados de repassar ingressos para as torcidas, que os repassam a cambistas. Parte desses ingressos seria dada, inclusive, para torcidas organizadas proibidas pela Justiça de frequentar jogos de futebol.

A operação é feita em conjunto pelo Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor MP e pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática da Polícia Civil.

Na primeira fase da operação, no dia 1º de dezembro, foram cumpridos mandados de prisão temporária, de condução coercitiva (quando a testemunha é levada para a delegacia para prestar depoimento) e de busca e apreensão.

Em nota, a Imply informou que todos os ingressos dos jogos do Flamengo são entregues direta e exclusivamente ao clube e registrados em protocolo. “A empresa não compactua e não tolera qualquer ato que comprometa os valores éticos estritamente seguidos desde a sua fundação, há 15 anos”, diz.

A reportagem entrou em contado com o Fluminense, o Flamengo e a Raça Rubro-Negra e aguarda resposta.

*Colaborou Tatiana Alves, repórter do Radiojornalismo

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